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Conflito entre Israel e Palestina é tema de entrevista do Conexões

Reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelo governo dos Estados Unidos reacendeu conflito

Cidade de Jerusalém é um dos motivos do conflito histórico
Cidade de Jerusalém é um dos motivos do conflito histórico Foto: Chris Hoare / CC BY 2.0 / Flickr: https://bit.ly/2KtvpX9

Na semana em que Israel completa 70 anos como um Estado independente, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelo governo dos Estados Unidos reacendeu o histórico conflito entre Israel e Palestina.  

A transferência da embaixada estadunidense de Tel Aviv – capital oficial e reconhecida pela comunidade internacional – para a cidade de Jerusalém, reivindicada por Israel e Palestina, motivaram um dos piores confrontos registrados na região desde 2014, deixando pelo menos 58 manifestantes palestinos mortos e outras 2,7 mil pessoas feridas.

Nesta quarta-feira, 16, o programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, abordou questões relativas ao conflito, em entrevista com o professor Danny Zahreddine, do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas.

“A maneira como as forças europeias tentaram solucionar os seus próprios problemas gerou um conflito extremamente explosivo e de difícil solução. Mesmo com esperança de que seja resolvido em algum tempo, é realmente uma situação muito dramática”, defendeu.

Segundo Zahreddine, o sionismo, caracterizado pela aspiração da criação de um Estado judeu na Palestina, nasceu no final do século 19, fruto de um “nacionalismo tardio” da comunidade judaica.

“Posteriormente, houve o fortalecimento de um nacionalismo árabe-palestino, em contraposição a esse tipo de situação, o que acarretou, no fim desse processo, em uma resolução das Nações Unidas, de 1947, que dividiu a área onde se encontram Palestina e Israel em dois países”, explicou.

Por essa resolução, Jerusalém seria uma cidade internacional, dada sua importância religiosa para judeus, cristãos e muçulmanos.

“Em 1948, ocorre a Guerra da Independência de Israel, que dura cerca de um ano. O final disso é o que os palestinos chamam hoje de nakba, que é catástrofe. Para Israel, é a consolidação de um sonho muito antigo, desde que foram expulsos pelo Império Romano da região da Palestina”, contextualizou.

O professor Danny Zahreddine destacou o quão delicado é avaliar esse conflito, que envolve muitos sentimentos.

“Os judeus sofreram demais na Segunda Guerra Mundial. O extermínio e o genocídio do povo judeu foi algo realmente absurdo. Mas a solução para esse povo que almejava um território foi também a criação de uma catástrofe para um outro povo que já ocupava quase 90% daquele região. Foi uma solução européia para um problema regional”, defendeu.

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