Congresso a distância prepara profissionais para o combate à Covid-19
Coordenador da residência em medicina de emergência do Hospital das Clínicas será um dos palestrantes
Será realizado nesta sexta-feira, 1º de maio, o Congresso On-line de Medicina de Emergência contra a Covid-19 (Comec), promovido pela regional paulista da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede). O evento foi organizado para preparar profissionais de saúde em todas as áreas de combate à doença.
Um dos palestrantes do congresso será o professor Marcus Vinicius Andrade, do Departamento de Clínica Médica da UFMG. Ele fará uma apresentação clínica da doença e abordará a importância dos exames diagnósticos. Em uma aula de 15 minutos, Andrade destacará as várias formas de manifestação do coronavírus e os principais sintomas da infecção.
Durante o evento, serão discutidos os aspectos gerais, as intervenções respiratórias, o paciente obstétrico e pediátrico, o doente crítico e a comunicação com o mundo, entre outros temas. As aulas serão postadas no YouTube, e as inscrições, gratuitas, podem ser feitas no site do congresso.
Nova especialidade
O Hospital das Clínicas (HC) da UFMG criou a Residência em Medicina de Emergência, em 2016, apenas um ano após a área ser reconhecida como especialidade médica no Brasil. O curso tem duração de três anos e cobre as principais situações vivenciadas nos prontos-socorros, como urgências e emergências clínicas, cirúrgicas, trauma e atendimento móvel de urgência.
Com formação abrangente, a residência possibilita que os médicos recém-formados passem por vários estágios. “Nossos residentes são bem treinados para oferecer a melhor assistência possível em qualquer tipo de situação, seja um trauma, um quadro clínico ou assistência respiratória”, afirma Marcus Vinicius Andrade, que coordena a especialidade.
Para lidar com a pandemia de Covid-19, a residência está focada na assistência a pacientes com sintomas graves que procuram os plantões de emergência. Os residentes realizam o primeiro atendimento, assim que há suspeita ou confirmação da doença. “É um momento único, espero que seja o primeiro e último da nossa geração. Tive certo receio no começo de tudo, mas, desde que a pandemia começou, tivemos tempo para nos acostumarmos com a ideia. Esse isolamento feito em Minas Gerais deu a oportunidade para aprendermos com outros países o que está dando certo e errado”, explica o médico Júlio Boriollo Guerra, residente do Hospital das Clínicas.
Segundo ele, atuar nos principais hospitais de Belo Horizonte, como o Odilon Behrens, o Pronto-socorro João XXIII e o próprio HC foi fundamental para a preparação. “Todos os serviços em Belo Horizonte foram se preparando, desenvolvendo protocolos, treinado as equipes e separando áreas específicas para o atendimento às pessoas com suspeita de Covid-19. Os estágios não essenciais foram suspensos, e alguns residentes, remanejados para o HC”, revela.
Os médicos residentes também ficarão disponíveis para atuar nos hospitais de campanha da Polícia Militar assim que estiverem prontos. O programa abre dez vagas por ano. Além da Medicina de Emergência, o HC oferece residências nas áreas médica, multiprofissional integrada em saúde e de cirurgia buco-maxilo-facial.