Desigualdade de gênero na ciência ainda persiste, aponta pesquisa
As cientistas, em geral, ficam com bolsas de níveis mais baixos que homens mesmo em áreas em que são maioria
Mesmo em áreas em que são maioria, as mulheres ocupam níveis mais baixos da carreira acadêmica. É o que mostra um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Pará (UFPA) e pelas britânicas University of Roehampton e Queen Mary University of London.
O trabalhou coletou dados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e na Academia Brasileira de Ciência (ABC) entre os anos de 2013 e 2014 e comparou a participação da mulher em relação ao homem por área do conhecimento. Os números mostram que as mulheres não são maioria em nenhuma das subáreas de “Engenharia, Ciências Exatas e da Terra”. Em física, por exemplo, são 101 mulheres para 806 homens.
Já em “Ciências da Vida”, campo associado à saúde, as mulheres até são maioria em boa parte das subáreas, mas não ocupam o topo da carreira acadêmica na mesma proporção. As cientistas, em geral, obtiveram bolsas de nível mais baixo que os homens. Na bolsa PS1 A, por exemplo, que é uma das mais altas, a proporção é de 393 homens para 132 mulheres. A professora da Universidade Federal do Pará, Maria Luíza Silva, uma das autoras do estudo, comenta os resultados da pesquisa.
A pesquisa “Underrepreentation of women in the sênior levels of Brazilian Science” foi publicada no Peer Journal.