Entrevista pública vai lembrar 50 anos do AI-5
Grupos de pesquisa em História vão conversar com o frei Oswaldo Rezende, que foi perseguido pela ditadura no final da década de 1960
O Laboratório de História do Tempo Presente e o Núcleo de História Oral da UFMG vão realizar, na próxima quinta, 13, uma entrevista pública para lembrar os 50 anos do Ato Institucional nº 5, medida que significou o aprofundamento da ditadura no Brasil. A atividade terá lugar no auditório Bicalho da Fafich, no campus Pampulha da UFMG, a partir das 19h. É necessária inscrição prévia, feita em formulário específico.
O professor Rodrigo Patto Sá Motta, do Departamento de História, entrevistará Oswaldo Rezende, frei dominicano e prior do Convento Nossa Senhora Aparecida, em Belo Horizonte. Frei Oswaldo nasceu em 15 de novembro de 1944, em Pompeia (SP), cidade próxima a Ribeirão Preto. Na década de 1960, ele participou da Ação Católica, que o fez encontrar sua vocação religiosa integrando-se à Ordem dos Dominicanos.
De acordo com os pesquisadores dos grupos de pesquisa promotores do evento, diante da repressão imposta pela ditadura a partir do golpe de 1964, muitos dos jovens militantes católicos passaram a colaborar com movimentos de esquerda clandestinos. Frei Oswaldo atuou na proteção de militantes da esquerda armada, juntamente com outros freis dominicanos do Convento de Perdizes, em São Paulo. Essas ações motivaram a perseguição pela Operação Batina Branca, que prendeu e torturou vários dominicanos em novembro de 1969. O objetivo da entrevista é promover, com base nas lembranças de frei Oswaldo, reflexões sobre o impacto da repressão da ditadura na trajetória dos membros da Igreja Católica brasileira.