Festival de Verão UFMG chega ao fim com mais de 20 mil visualizações
Programação artística e debates foram assistidos por 8,4 mil espectadores únicos de todas as regiões do país; apresentações continuam disponíveis na internet
O 15º Festival de Verão UFMG venceu o desafio de transpor para o ambiente digital a vivência e a energia das edições presenciais. Houve atrações artísticas e culturais que já são marca do evento e vários debates e atividades formativas que propuseram reflexão sobre o direito à cultura em suas múltiplas dimensões. Encerrado na noite desta quinta, 11, o Festival reuniu, ao longo de oito dias de programação, 8,4 mil espectadores únicos de todas as regiões do país, somando mais de 21 mil visualizações em seus 18 eventos transmitidos pelo YouTube. A programação incluiu ainda duas oficinas realizadas pelo Zoom e seis exposições organizadas em diferentes plataformas e locais.
Neste ano, o Festival de Verão UFMG promoveu encontros de nomes consagrados no cenário artístico mineiro e nacional, como Renegado e Elza Soares, Titane e Maurício Tizumba. Ao mesmo tempo, destacou a memória das Mulheres do Jequitinhonha (grupo de artesãs, bordadeiras e tecelãs que mantêm a tradição das rodas de versos do Vale do Jequitinhonha) e a força do Grupo de Teatro Mulheres de Luta, da Ocupação Carolina Maria de Jesus.
O evento também somou forças a iniciativas culturais de jovens da capital ao viabilizar, por exemplo, o lançamento da coletânea De quebrada, livro publicado em parceria com o Laboratório de Edição da Faculdade de Letras da UFMG que reúne poesias de 14 slammers da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Outro exemplo foi a mostra de dança #DireitoaCulturaNasQuebradas, que juntou sete artistas da capital para traduzir em forma de conceito coreográfico o que o direito à cultura representa em suas vidas.
Para o diretor de Ação Cultural da UFMG, Fernando Mencarelli, coordenador geral do Festival, o evento reforçou sua posição de espaço em que convergem a promoção da arte e o estímulo ao debate sobre cultura e à produção de bens culturais pela população. “Para nós, o Festival de Verão e o Festival de Inverno não são apenas eventos. São momentos de criação, partilha e convergência entre várias ações e projetos que temos desenvolvido na área de cultura da Universidade. Este Festival de Verão, em especial, foi bem-sucedido em cumprir esse papel.”
Com mais de 90% de programação on-line, essa edição do Festival de Verão conectou-se com o público em diferentes plataformas. A produção alcançou 77,3 mil pessoas, somando-se os perfis oficiais do evento no Twitter, Facebook e Instagram. Apenas no Instagram, rede em que o Festival mais interage com o público, foram alcançadas 42, 9 mil contas, e o perfil recebeu cerca de mil visitas. Os stories também ganharam destaque nesta edição, com 6.934 visualizações. No Facebook, o festival chegou a 22,2 mil usuários. No Twitter, foram 12,2 mil impressões, e o site recebeu 1.469 visitas.
Cultura e transversalidade
A perspectiva da transversalidade ocupou o centro da concepção do festival, que reuniu os mais diversos atores e instâncias para o debate. Representantes de governos, de universidades, coletivos e agentes culturais participaram das mesas-redondas e rodas de conversa. “A transversalidade da cultura é uma dimensão fundamental que permeou todas as discussões. Essa transversalidade se dá, também, na articulação de vários campos de conhecimento da universidade, em que se reconhecem e fomentam as ações culturais nos campos da comunicação, saúde, educação, do direito, das políticas públicas e iniciativas da sociedade civil de enfrentamento à covid-19”, ressalta Mencarelli.
O titular da DAC também menciona o Seminário Internacional Direito à Cultura, que integrou a agenda do Festival de Verão e “foi fundamental para balizar questões emergentes e necessárias sobre o tema, nos âmbitos internacional, nacional e local”. Ao longo de dois dias, foi discutido o tema dos direitos culturais e sua implementação por meio de políticas públicas e práticas de cidadania. Os vídeos do evento tiveram, ao todo, 6,5 mil visualizações de cerca de 1,8 mil espectadores únicos. Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, pessoas de 18 estados participaram do debate, o que seria muito difícil em uma edição presencial.
Fernando Mencarelli destacou ainda o papel do festival na consolidação de ações que perpassam a Universidade, suas relações interinstitucionais e parcerias com a sociedade civil. “A transversalidade também está nessa relação com os poderes públicos e outros agentes culturais e sociais que estiveram conosco na construção e na partilha de várias ações. É o caso do projeto das políticas culturais que desenvolvemos para as juventudes e coletivos da Zona Cultural da Praça da Estação, junto com o Centro de Referência da Juventude. Criamos várias ações especiais, que são desdobramentos do trabalho iniciado um ano atrás, no último Festival de Verão. Esse alcance e essas interações nos são muito caros”, reforça o professor da Escola de Belas Artes.
Sempre é tempo de assistir
Para o público que perdeu ou que deseja rever alguma das atrações, elas estão disponíveis no canal da Diretoria de Ação Cultural no YouTube. O site do Festival de Verão abriga as mostras e exposições: Mostra de dança #DireitoaCulturaNasQuebradas; Movências: (trans)figurações.livro.tempo; Produção artística e cultural AUGM – memória e desdobramentos: 20 anos; Mostra Universidade Cidade e Mostra Prae/DAC: criação em tempos de pandemia.
A Mostra Prae/DAC reúne trabalhos de estudantes da UFMG que receberam a Bolsa de Fomento à Criação, oferecida pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e pela Diretoria de Ação Cultural. Um dos destaques é o filme Yãy tu nũnãhã payexop – Encontro de pajés, da estudante Sueli Maxakali, que lança um olhar sobre a vida e o cotidiano na aldeia no contexto da pandemia e foi selecionado pelo Cine Kurumin e pelo Festival Amotara, dois festivais de cinema indígena da Bahia que estão sendo realizados on-line, neste mês.