Impactos do AI-5 são analisados em programação especial da UFMG Educativa
Pesquisadores da UFMG, USP e PUC Minas vão abordar relação com universidades, movimento estudantil e cultura
Há exatos 50 anos, no dia 13 de setembro de 1968, o governo militar baixou o Ato Institucional nº 5, o AI-5. A legislação marcou o início do período mais duro da ditadura e deu poderes de exceção aos governantes. Como resultado, opositores ao regime foram assassinados, presos, torturados e tiveram direitos políticos cassados. Movimentos estudantis foram duramente reprimidos, e os jornais e as artes foram censurados.
Passadas essas cinco décadas, as consequências do AI-5 ainda não foram completamente esclarecidas, apesar do grande esforço que vem sendo realizado pelas comissões da verdade, que são grupos criados com o objetivo de apurar as graves violações cometidas pelo regime. Para que a data não seja esquecida, a Rádio UFMG Educativa tem programação especial nesta quinta-feira.
Durante todo o dia, serão realizadas entrevistas nos diversos programas. O Universo Literário (8h às 10h) vai abordar a censura no período militar e as consequências do AI-5 para a literatura nacional. O bate-papo será com o jornalista e professor da Universidade do Estado da Bahia Emanuel Andrade, integrante do Grupo de Estudos Censura a Livros e Ditadura (USP, CNPq e Fapesp).
No programa Conexões (10h às 12h), a professora Miriam Hermeto, do Departamento de História da UFMG, vai fazer uma contextualização histórica do Ato Institucional nº 5. Na parte da tarde, no Expresso 104,5 (14h às 17h), a conversa será sobre os movimentos estudantis e a universidade no contexto do AI-5. No Noite Ilustrada (20h às 22h), o assunto será as consequências do endurecimento para as artes e a cultura.
No Jornal UFMG, com início às 12h30, uma reportagem vai oferecer um balanço dos trabalhos realizados pelas comissões da verdade e apontar perspectivas para a continuidade das apurações em um momento em que movimentos revisionistas – que tentam minimizar ou mesmo negar as consequências da ditadura – têm ganhado força no país.
A reportagem ouviu o ex-coordenador da Comissão da Verdade em Minas, o professor da PUC Minas Robson Sávio, o ex-coordenador da Comissão Nacional da Verdade, o professor do Instituto de Relações Internacionais da USP Pedro Dallari, e a pesquisadora do Centro de Estudos sobre Justiça de Transição da Faculdade de Direito da UFMG Mariana Rezende.
A Rádio UFMG Educativa pode ser sintonizada em 104,5 FM ou pela internet.