Impactos econômicos da pandemia no Brasil poderão ser observados até 2050, revela estudo
Pesquisa da Rede Clima contou com participação de pesquisadores da UFMG; professor Edson Domingues, da Face, falou sobre o estudo à UFMG Educativa
Um estudo com participação de pesquisadores da UFMG revela que os impactos econômicos da pandemia no Brasil poderão ser observados até 2050. A análise, que integrou dados epidemiológicos à ferramenta de modelagem econômica, mostra que o número de mortes pela covid-19 no país é determinante para os efeitos econômicos de longo prazo. Os resultados fazem parte de um conjunto de estudos produzidos pelo grupo de pesquisadores especializados em mudança do clima e economia da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Alguns dos efeitos identificados são o impacto sobre emprego e mercado de trabalho e o das próprias fatalidades sobre consumo e geração de renda, que será menor no cenário futuro. O trabalho avaliou os impactos não só na economia brasileira de forma ampla, mas também nas regiões do país, e projetou consequências para os próximos 30 anos. A configuração demográfica das fatalidades implica em impactos regionais diferentes. Segundo as projeções, os impactos sobre o PIB no longo prazo mais expressivos são na região Norte do país, principalmente no Amazonas e no Acre. Os estados que devem se recuperar mais rapidamente no longo prazo são Pará, Tocantins, Piauí, Maranhão, Minas Gerais e Espírito Santo. Para dar continuidade ao estudo, o grupo de pesquisa pretende rodar novamente o modelo com dados atualizados de fatalidades de 2021.
Nesta quarta-feira, 27, o professor da Face e pesquisador do Cedeplar Edson Domingues, que coordena a sub-rede Economia da Rede Clima, falou sobre os resultados da pesquisa, em entrevista com a jornalista Luíza Glória, apresentadora do programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa.