O diplomata e escritor Raul de Taunay é uma testemunha ocular do processo pela independência de Angola, que por anos foi palco de uma guerra civil. Esse conflito é narrado em seu romance, Meu Brasil angolano, publicado originalmente em 1993, e relançado neste ano, em terceira edição, pela Editora Pandorga. A obra aborda não apenas o desenrolar histórico desse período, mas também aspectos sociais e culturais. O enredo tem como cenário a cidade de Luanda, em 1992, época em que o autor, em missão diplomática, presenciou os conflitos entre as tropas do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e da União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), milícias opositoras que encontram-se pela primeira vez dentro do perímetro urbano de Luanda. 

Totalmente escrita na capital sitiada, a ficção histórica mostra uma sociedade consumida por uma guerra entre movimentos de libertação, ingerências externas e um contexto político polarizado, que prejudicava o convívio harmonioso entre as povoações recém-libertadas do colonialismo português. 

Nesta quarta-feira, 1º, o escritor e diplomata Raul de Taunay foi o convidado do programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa. Na conversa com a apresentadora Michelle Bruck, ele resgatou memórias de sua estada no país, durante o conflito, e falou sobre a obra e a nova edição lançada em 2021.

Ouça a entrevista de Michelle Bruck com Raul de Taunay no SoundCloud.