Microscópio de tunelamento que executa técnica inédita entra em atividade na UFMG
Imagem de dimensões 8nm por 8nm, com resolução atômica da superfície de um cristal de silício (111), obtida na última sexta-feira, 30, no Centro de Microscopia da UFMG, marca o início de funcionamento de equipamento capaz de executar técnica inédita no país, a Ballistic Electron Emission Microscopy (BEEM). Trata-se de um microscópio de tunelamento em ultra-auto-vácuo, que possibilita preparar e enxergar sistemas nanométricos.
Sua utilização é relevante sobretudo para a nanoeletrônica, nas áreas que se valem de dispositivos e materiais semicondutores, usados na fabricação de circuitos integrados.
Esse microscópio chegou ao Brasil no início do ano e, depois de montado por equipe de pesquisadores, está pronto para operar. “A imagem obtida para qualificação do instrumento confirma que ele está em condições ótimas de operação”, informa o professor Gilberto Medeiros Ribeiro, do Departamento de Física, que coordenou a desmontagem e a remontagem, com o diretor do Centro de Microscopia, Wagner Nunes Rodrigues, também do Departamento de Física.
Estado da arte
Gilberto Medeiros explica que o microscópio, doado à UFMG pela Hewlett-Packard Company (HP), havia sido adquirido pela empresa há cerca de 20 anos, mas sempre se manteve no estado da arte, em razão da permanente substituição de peças.
“Fomos buscá-lo no Vale do Silício, em Palo Alto, e o colocamos em funcionamento. A partir de agora, ele faz parte dos equipamentos multiusuários do Centro de Microscopia, que são utilizados por pesquisadores de inúmeras instituições do Brasil e de outros países”, diz Wagner Rodrigues, diretor do Centro de Microscopia.
O diretor ressalta que a incorporação do equipamento "reforça a vocação do Centro de atuar, como centro multiusuário, na fronteira do conhecimento".