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Morre a jornalista Jane Medeiros, ex-coordenadora de comunicação da UFMG

Profissional, que se aposentou em 2012, exerceu papel importante na construção da estrutura de comunicação da UFMG, hoje concentrada no Cedecom

Jane Medeiros atuou na CCS, no Conservatório e na Escola de Música
Jane Medeiros atuou na antiga CCS, no Conservatório e na Escola de Música Foto: arquivo pessoal

Morreu na manhã desta quinta-feira, 25 de julho, aos 67 anos, a jornalista Jane Maria de Medeiros, que chefiou a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) – estrutura que deu origem ao atual Centro de Comunicação (Cedecom) da UFMG – na década de 1990. Jane Medeiros faleceu em casa, em Belo Horizonte, acompanhada dos filhos Bruno e Daniel e dos netos Isadora, Ulisses e Vladimir. A jornalista recebia cuidados paliativos, por conta de um câncer diagnosticado há muitos anos. O velório será nesta sexta-feira, 26, das 9h30 às 13h, no Cemitério Parque da Colina (Rua Santarém, 50, Nova Cintra). 

Jane Medeiros trabalhou na UFMG do fim da década de 1970 até 2012, quando se aposentou. Na universidade, atuou na antiga Sala de Imprensa, na CCS, no Conservatório UFMG e na Escola de Música, onde foi responsável pela produção de projetos institucionais como o Opera Studio, com vistas à criação do Centro de Produção da Escola de Música da UFMG, integrou o Grupo de Trabalho para implantação do Museu Clube da Esquina e o Centro de Referência da Música de Minas. Fora da UFMG, foi produtora musical, assessora de comunicação do Sindicato dos Professores e diretora do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais. Ela também trabalhou como secretária adjunta de Comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Célio de Castro.

Dedicação e lealdade
“Jane era ótima profissional, dedicada, leal. Eu me emociono ao falar dela. É uma pena que ela tenha partido tão cedo”, lamentou o também jornalista Manoel Guimarães, fundador do Boletim UFMG, responsável por trazer Jane Medeiros para a Universidade. No fim dos anos 1970, o profissional atuava sozinho na comunicação da UFMG, quando recebeu a missão de contratar outro profissional. “À época, eu trabalhava na Universidade e também no Estadão [o jornal O Estado de S. Paulo], pelo qual cobria a área de educação. Como a Jane era assessora do sindicato dos professores, eu tinha bastante contato com ela e já a conhecia, assim como a sua competência profissional. Por isso, a trouxe para trabalhar comigo”, lembra.

Em 1984, Jane Medeiros, após aprovação em concurso, passou a compor o quadro efetivo de jornalistas da UFMG. Na gestão do reitor Cid Veloso (1986-1990), a jornalista assumiu a coordenadoria da CCS, por indicação de Manoel Guimarães, que se licenciou para ocupar um cargo de chefia no jornal Estado de Minas. 

“A Jane exerceu um papel muito importante na construção da estrutura de comunicação da UFMG. Era uma profissional muito competente e de muitas iniciativas. Uma delas foi a criação, em parceria com a Fump, de uma grife da Universidade. Sob sua gestão, foi criada uma logomarca para a Universidade que foi utilizada durante muitos anos. Produziu linhas de roupas, camisetas, mochilas, que, durante alguns anos, gerou uma importante receita para a fundação, que é responsável pela política de assistência da UFMG”, lembra o colega. 

Empenho em causas justas
O jornalista Flávio de Almeida, atual vice-diretor do Cedecom UFMG, conta que conheceu Jane Medeiros em 1990, quando se candidatou a uma vaga de estágio na redação do Boletim UFMG. “Fui entrevistado e selecionado por ela. Jane me ofereceu a primeira oportunidade de atuação prática na área de jornalismo. Trabalhamos juntos durante muitos anos, e a convivência sempre foi muito cordial e produtiva, mesmo quando ela se transferiu para a Escola de Música.

Depois que Jane se aposentou, os dois perderam contato, até que, recentemente, ela procurou o jornalista para falar sobre a realização da Stock Car nas imediações da UFMG. “Ela estava indignada com a escolha do local da prova e disposta a contribuir com a mobilização. Não contou que estava doente – na verdade, nem parecia estar atravessando problemas de saúde – e expôs suas ideias com muito entusiasmo, um traço marcante de sua personalidade. Era uma pessoa muito empenhada nas lutas e causas justas”, afirma.