Pesquisadoras da UFMG são nomeadas embaixadoras do Parent in Science
Iniciativa, que surgiu na UFRGS, promove estudos sobre os impactos da maternidade na carreira científica
As professoras Viviane Alves (Instituto de Ciências Biológicas), Lívia Zina (Faculdade de Odontologia) e Rosaline Silva (Instituto de Geociências) e as pós-graduandas Bianca Retes Carvalho (Antropologia) e Gisele Camilo da Mata (Educação) são as novas embaixadoras do projeto Parent in Science, sediado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 2016, o movimento promove pesquisas e discussões sobre os impactos da chegada dos filhos na carreira de cientistas no Brasil, especialmente de mulheres.
Segundo a professora Rosaline Silva, as acadêmicas da UFMG ingressaram no Parent in Science após se inscreverem em edital lançado no início do ano. A chamada teve o intuito de expandir as ações da iniciativa para todo o Brasil, mediante o entendimento de que existem contextos locais e regionais que influenciam as realidades vividas por cientistas.
“Estamos agora iniciando um mapeamento nas pró-reitorias, com o objetivo de verificar os atuais programas, ações afirmativas ou diretrizes relacionadas à maternidade e à paternidade na UFMG. O passo seguinte será a execução de ações concretas”, informa a professora do IGC.
Pioneirismo
O Parent in Science conta com 18 cientistas na coordenação central e 73 embaixadores de centros de pesquisa de todo o Brasil. O grupo foi pioneiro no levantamento de dados quantitativos sobre as implicações da maternidade e da paternidade na carreira científica. Um de seus estudos demonstrou que diminui o número de publicações após o nascimento dos filhos. Em contrapartida, no caso de cientistas sem filhos, a produção aumenta de maneira linear ao longo da carreira.
Em abril deste ano, o Parent in Science publicou carta na revista Science em que alerta para o provável aumento da disparidade de gênero na produção acadêmica, em decorrência da pandemia, já que os cuidados com os filhos e as tarefas domésticas são responsabilidades atribuídas, na maior parte das famílias, às mulheres. O grupo também realizou pesquisa sobre as condições de trabalho remoto, com a participação de mais de 14 mil cientistas. Os resultados mostraram que as mulheres com filhos foram as mais prejudicadas pelo regime remoto.
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