Professor do King's College London faz conferência sobre produção artística de brasileiros na Segunda Guerra
O professor brasileiro Vinicius Mariano de Carvalho, do King's College London, da Inglaterra, está na UFMG para uma série de atividades no âmbito do programa Cátedras Fundep/Ieat.
Nesta quarta, 24, às 17h, ele participará do encontro de pesquisa do Núcleo de Estudos Judaicos (NEJ), da Faculdade de Letras (Fale) da UFMG, e em seguida ministrará a palestra A música e o holocausto – experiência e memória, no auditório 2001 da Fale, na qual vai traçar um panorama da música no Holocausto, com foco na produção e na prática musical realizada no campo de concentração de Terezin, na República Theca. Ele também vai discutir como abordar, eticamente, a experiência e a memória do Holocausto em performances e produções artísticas contemporâneas.
Na próxima segunda-feira, 29, Vinicius Mariano vai ministrar a grande conferência A participação do Brasil na Segunda Guerra mundial vista pela literatura, música e artes plásticas produzidas pelos ‘pracinhas’ da FEB. O evento terá início às 13h30, no auditório 1007 da Faculdade. Os dois eventos são abertos ao público.
Professor de Estudos Brasileiros no King's College de Londres, no Reino Unido, e na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, Vinicius é pesquisador nas áreas de literatura brasileira e ética, literatura e religião, música brasileira, música e holocausto e assuntos de defesa e segurança, entre outros. Além disso, é músico, atuando como regente e pesquisador em musicologia histórica.
A grande conferência do pesquisador brasileiro é resultado de pesquisas sobre a produção cultural (literária, musical e artística) dos veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante e após o conflito. “O objetivo é justamente analisar como a experiência da guerra foi vivida, expressa e representada por esses artistas”, explica Vinicius na sinopse da conferência.
Integram o corpus de sua pesquisa o romance Guerra em surdina, de Boris Schnaiderman, e a antologia Contos da vida expedicionária, de Celso Furtado. “Na parte musical, analisaremos as canções populares compostas e executadas pelos pracinhas da FEB, muitas deles conservadas apenas em registros da rádio BBC", informa.
De acordo com Mariano, a terceira parte do corpus é composta pelos desenhos de Carlos Scliar, feitos em seus momentos de folga durante a campanha na Itália. Esses trabalhos compõem a coleção Caderno de guerra.