Recepção aos calouros, que começa nesta segunda, convida ao protagonismo
Agenda prossegue em março, com atividades também nas unidades acadêmicas
Os 4,8 mil estudantes que chegam, neste semestre, aos cursos de graduação serão convidados, na solenidade de recepção aos calouros, a “habitar essa comunidade e, na qualidade de cidadãos, contribuir para o processo dinâmico de viver a UFMG”, tornando-se protagonistas na construção permanente de uma universidade para todos: acolhedora, flexível, acessível, inclusiva e solidária.
O convite, em nome da Universidade, será feito pela professora da Escola de Enfermagem Teresa Cristina da Silva Kurimoto, que vai ministrar a aula magna Viver n(a) UFMG: considerações acerca do protagonismo dos sujeitos, nesta segunda-feira, 25, em dois momentos – às 10h30 e às 19h –, no auditório nobre do Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1), no campus Pampulha.
Após a aula magna, haverá, nos dois horários, apresentação do Grupo de Percussão da UFMG, coordenado pelos professores Fernando Rocha e Fernando Chaib, ambos da Escola de Música.
Integrante da Comissão Permanente de Saúde Mental da UFMG, a professora ressalta a importância de situar a Universidade para os novos alunos, “como espaço de formação, de ciência ‘de ponta’ com reconhecimento internacional, mas também como comunidade: espaço de multiplicidade de saberes e formas de ver, viver e pensar”.
“Trata-se de um momento sempre muito especial: a chegada dos calouros, como diz o lema da UFMG, infunde vida nova. E faz parte do ethos da instituição dar boas-vindas à geração que entra numa universidade pública de referência para o Brasil, de relevância para nossa sociedade e uma das melhores do país”, comenta a reitora Sandra Regina Goulart Almeida.
Para ela, cabe à comunidade acadêmica defender valores fundacionais da Universidade, como os direitos humanos, o direito à educação de qualidade, à diversidade, à liberdade de expressão e de aprender e ensinar, defendendo também o investimento contínuo em educação, ciência, tecnologia e cultura, que possibilita à UFMG retribuir à sociedade aquilo que dela recebe. “E isso não está relacionado a posições individuais”, enfatiza Sandra Goulart Almeida.
Ambiente não adoecedor
“A programação de recepção faz parte do conjunto de esforços empreendidos pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, no âmbito do Programa Viver UFMG, para contribuir para a construção de uma universidade mais acolhedora, humanizada e inclusiva”, comenta a professora Márcia Lousada, diretora de Políticas de Apoio Acadêmico.
Essas características estão entre os princípios da política de saúde mental da UFMG, como destaca a professora Teresa Kurimoto. Segundo ela, é importante lembrar aos calouros a importância de uma convivência pautada no respeito à vida e em valores éticos, para o estabelecimento de relações que visem à qualidade de vida e à construção de um ambiente não adoecedor.
Na aula magna, a professora utilizará conceitos de territórios geográfico e existencial e a noção de responsabilização, isto é, de tomar para si a função de resposta. Ela também fará referência à ideia de “cidadania como algo construído para problematizar o estar e viver n(a) UFMG” e uma analogia entre o habitar, como noção de apropriação do espaço e elaboração de relações dentro de uma cultura (“nova, para eles”), e o simples ato de morar, ou seja, passar por um dado território sem maiores apropriações, a exemplo de um turista ou estrangeiro.
“É fundamental que aqueles que aqui chegam busquem viver a UFMG com base na posição de quem se faz protagonista, responsabilizando-se no processo de tornar-se parte dessa comunidade”, diz Teresa Kurimoto. Ela considera importante que, nessa apropriação de territórios, os novos alunos saibam que há iniciativas de apoio à comunidade, entre as quais a política de saúde mental, “em construção permanente e participativa”.
Outras atividades
A programação do dia 25 inclui passeios de ônibus, das 14h às 17h, com destino a três diferentes espaços da UFMG: Museu de História Natural e Jardim Botânico, Estação Ecológica e Museu de Ciências Morfológicas. A Praça de Serviços é o local de partida e de chegada, e as inscrições devem ser realizadas no site da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae).
Ainda nesta segunda, das 15h às 17h, os calouros podem participar da Caminhada Cultural, conduzida por um estudante do curso de História que vai apresentar o prédio da Reitoria, o complexo da Praça de Serviços e as unidades acadêmicas da Avenida Mendes Pimentel, enquanto relata um pouco da história da UFMG.
Durante o percurso, que vai se encerrar no jardim Mandala da Faculdade de Educação (FaE), os novos estudantes vão conhecer obras artísticas, receber informações culturais sobre a vida no campus Pampulha e descobrir curiosidades, como identificar a diferença entre os pisos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) e da Faculdade de Letras.
Das 13h30 às 15h e das 17h30 às 19h, no saguão do CAD 1, serão promovidas duas edições da roda de conversa Entrei na UFMG, e agora?. No dia 26, haverá atividades de recepção nas unidades acadêmicas.
No Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros, na manhã do dia 25, os calouros vão conhecer a estrutura do campus e participar de reunião de socialização com a coordenação dos cursos. À tarde, visitarão a Fazenda Experimental Hamilton de Abreu Navarro e outros ambientes.
De 25 de fevereiro a 1º de março, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) promoverá atividades culturais diversas, das 12h às 17h, na Praça de Serviços, campus Pampulha. As atividades podem ser conferidas no site da Prae.
A programação prossegue ao longo do semestre, com a série de seminários Viver UFMG, que vai oferecer aos novos alunos informações sobre ações da Universidade.
Tenda Viver UFMG
Criada em 2017, a Tenda Viver UFMG, instalada na Praça de Serviços do campus Pampulha, tem o objetivo de oferecer aos estudantes informações básicas sobre questões acadêmicas, assistência estudantil, moradia, mobilidade e trâmites burocráticos.
A Tenda é um espaço aberto para tirar dúvidas, dar orientações e realizar atividades, como oficinas de expressão corporal, karaokê e rodas de conversa.
“Nosso intuito é dar suporte aos calouros nos aspectos acadêmicos e logísticos e acelerar o processo de integração à comunidade”, diz a professora Márcia Lousada, que ressalta também o papel da Praça de Serviços como ponto de convergência e convivência no campus. “A iniciativa de acolhimento tem também o espírito de promoção da saúde mental e coletiva na UFMG”, comenta.
As 4,8 mil vagas em cursos de graduação oferecidas pela UFMG em cursos presenciais neste semestre incluem 3.595 com entrada pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), 251 oferecidas pelo vestibular de habilidades, 12 pelo programa de vagas suplementares para estudantes indígenas e 952 das modalidades de transferência e obtenção de novo título.
Alunos estrangeiros
Neste semestre, a UFMG recebe também 150 estudantes de países da África, América do Sul, América do Norte, América Central, Ásia e Europa. A Diretoria de Relações Internacionais (DRI) realizou, de 19 a 21 deste mês, a Semana de Orientação do Estudante Internacional, com atividades de acolhimento e visitas guiadas ao Estádio Mineirão e ao Museu do Futebol.
Com o intuito de orientar os estudantes internacionais em relação à cultura acadêmica da UFMG e à dimensão intercultural e social da vivência em outro país, a programação incluiu apresentações sobre a Universidade e a cidade de Belo Horizonte, além de conversas sobre questões como a do choque cultural. Os alunos chegam à UFMG por meio de acordos bilaterais firmados com instituições estrangeiras ou de programas como Escala, Erasmus, Marca e PEC-G.