Convocados para primeiro semestre fazem registro acadêmico presencial
Atendimento inclui candidatos da primeira lista de antecipação de entrada
Começou na manhã desta sexta-feira, 15, em Belo Horizonte e em Montes Claros, o processo de apresentação de documentos para registro acadêmico e matrícula dos candidatos a cursos de graduação da UFMG convocados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) com entrada no primeiro semestre letivo de 2019.
O registro prossegue nas próximas segunda e terça, dias 18 e 19. A data de atendimento de cada candidato está definida em escala disponível no site Sisu UFMG.
Neste ano, pela primeira vez, candidatos com deficiência e os que se autodeclararam negros (pretos ou pardos) ou indígenas são atendidos respectivamente por banca de validação e por Comissão complementar à autodeclaração, para procedimento de heteroidentificação racial – de origem grega, o radical "hetero" encerra a ideia de "outro".
“Achei o atendimento muito bom. E a lista dos documentos que eu devia trazer estava bem explicada no site”, comenta Ana Flávia de Miranda, candidata ao curso de Letras. Cadeirante, ela foi recebida pela equipe do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) e posteriormente entrevistada pela banca de verificação.
Se após a entrevista com a banca de verificação ainda houver dúvidas sobre a condição de deficiência do candidato, ele será encaminhado para perícia médica, no Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador (Dast). Com o parecer do perito, o candidato recebe protocolo que atesta comparecimento à banca de verificação e pode dar prosseguimento às outras etapas do registro acadêmico.
“Depois de passar pela banca, o candidato recebe um registro provisório, pois o registro definitivo só será confirmado depois dos resultados das diferentes etapas pelas quais passou”, esclarece a professora Adriana Valladão, coordenadora do NAI. Ela explica que cada candidato tem seu processo específico, no registro acadêmico, dependendo do tipo de vaga em que se inscreveu.
Concorrente a uma vaga no curso de Antropologia, Caroline Aparecida Batista passou pela Comissão complementar à autodeclaração étnico-racial. “Estou incluída em todas as cotas possíveis: sou negra, pessoa com deficiência, de baixa renda e vinda de escola pública”, brincou a candidata.
Desde o ano passado, o candidato que se declarar preto, pardo ou indígena deve apresentar, na matrícula, uma autodeclaração com descrição fundamentada acerca de seu pertencimento étnico-racial. A carta consubstanciada deve ser redigida em formulário próprio pelos candidatos indígenas e negros.
A novidade neste ano é o procedimento de heteroidentificação racial, que "não substitui a autodeclaração, pois continua a vigorar como princípio importante do reconhecimento da identidade dos sujeitos", explica Rodrigo Ednilson, que é presidente da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão e pró-reitor adjunto de Assuntos Estudantis.
Os dois instrumentos, pondera o professor, aumentam os custos de uma autodeclaração falsa, contribuem para que o candidato reflita sobre o modo como é visto pela sociedade e auxiliam a Universidade no aprimoramento dos seus métodos de acompanhamento dessa política. “Com base na análise de todas as condições, o registro acadêmico é deferido ou não”, completa.
Rodrigo Ednilson enfatiza que o trabalho da comissão não consiste em realizar entrevistas, mas em avaliar, pelas características físicas, se o candidato pertence de fato ao grupo ao qual se destina a política de cotas raciais. “Trata-se de avaliação fenotípica, isto é, das características visíveis do candidato que, combinadas, o tornam socialmente reconhecido (ou não) como pessoa negra”, esclarece Daniely Reis Fleury, diretora de Ações Afirmativas da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae).
Ana Carolina Guedes, candidata a vaga no curso de Engenharia Química, optou por cotas para oriundos de escola pública. “Estou achando o atendimento muito satisfatório. As pessoas foram gentis e me ajudaram a chegar aonde eu precisava”, disse, ao ser encaminhada para o atendimento de registro, no campus Pampulha.
Também foram atendidas, na manhã desta sexta-feira, as amigas Ana Luísa Barbosa e Ana Carolina Coelho, que fizeram juntas o ensino médio e optaram por vagas de ampla concorrência nos cursos de História e de Medicina Veterinária, respectivamente.
Belo Horizonte e Montes Claros
Neste ano, a UFMG vai selecionar, por meio da primeira edição do Sisu, 3.595 candidatos para o primeiro período letivo e 2.744 para o segundo, visando preencher 6.339 vagas em 90 cursos de graduação.
O registro acadêmico presencial é realizado em Belo Horizonte e Montes Claros. Os aprovados para os cursos oferecidos na capital são atendidos no Centro de Atividades Didáticas de Ciências Humanas (CAD 2), campus Pampulha (Avenida Antônio Carlos, 6.627). Para o registro nos cursos oferecidos em Montes Claros, os candidatos devem comparecer ao Instituto de Ciências Agrárias (Avenida Universitária, 1.000, Bairro Universitário).
Também fazem o registro presencial nos dias 15, 18 e 19 deste mês candidatos que integram a primeira lista de antecipação de entrada. Essa lista contempla candidatos aprovados para o segundo período letivo do ano e que estão sendo convocados a ocupar vagas no primeiro, cujas aulas começam em 25 deste mês.
Todas as convocações de lista de espera serão anunciadas exclusivamente no site Sisu UFMG. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail duvidaregistro@drca.ufmg.br.
A TV UFMG também acompanhou o primeiro dia de registro acadêmico presencial. Assista ao vídeo: