O CT Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em esforço conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas) e o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), desenvolveu um teste sorológico para a covid-19 com tecnologia 100% nacional. Desenvolvido em apenas quatro meses, o kit sorológico é mais uma arma importante no combate à pandemia pois permitirá nacionalizar a tecnologia de diagnóstico, já que a maior parte dos testes sorológicos para covid-19 no Brasil é importada. Além disso, permite a testagem em massa da população, que é um dos maiores gargalos para o controle da epidemia no país. 

 “A produção de testes diagnósticos é expertise do CT Vacinas da UFMG”, afirma Flávio da Fonseca, professor do Departamento de Microbologia  do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade e pesquisador do CT Vacinas. Flávio aponta que o kit sorológico é uma estratégia benéfica para nacionalizar a tecnologia na medida em que a maior parte dos testes que são comercializados ou utilizados pela rede pública são importados. Além disso, leva-se de três a quatro meses para a aquisição de um lote de importação.  

Outro apontamento feito pelo pesquisador é o abismo nos investimentos para a ciência, que não é barata mas traz retornos: “no Brasil, recebemos 700 mil dólares para  produção de vacina e cerca de 150 mil reais para os testes. Competidores internacionais recebem até sete vezes mais esse valor”, exemplifica Flávio. A comercialização do kit sorológico pela rede privada que deve chegar à rede pública está em negociação com a Bio-Manguinhos (Fiocruz) e a Fundação Ezequiel Dias (Funed/MG), que fabricam e desenvolvem medicamentos, vacinas e soros.  

Equipe: Soraya Fideles (produção); Ângelo Araújo (imagens); Marcia Botelho (edição de imagens); Flávia Moraes (edição de conteúdo)