Institucional

​UFMG sedia reunião que marca 25 anos de criação de programa de formação da ANP

Vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira destacou ‘caráter transversal’ e complementar da iniciativa; Universidade foi a primeira a abrigar uma edição do programa

Alessandro Fernandes e Daniel Maia:
Alessandro Fernandes e Daniel Maia: atuação transversalFoto: Foca Lisboa | UFMG

Sede da edição inaugural do Programa de Formação de Recursos Humanos (PRH) da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a UFMG foi escolhida para abrigar a reunião que marca os 25 anos de criação da iniciativa. Na manhã desta terça-feira, dia 21, o auditório da Escola de Engenharia recebeu dezenas de pessoas – gestores e professores da Universidade, dirigentes da ANP e pesquisadores vinculados ao programa – para a abertura da reunião.

O vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira destacou o sucesso da iniciativa e sua contribuição para formação de quadros técnicos qualificados para o país. “Um programa com esse perfil atua de forma transversal ao preencher espaços que, às vezes, os nossos cursos não conseguem preencher. Eles contribuem com a pesquisa e geração de produtos inovadores”, destacou o vice-reitor, ressaltando ainda que ele oferece muito mais do que a empregabilidade indicada como uma de suas missões. “Penso até que deveríamos substituir essa palavra, ‘empregabilidade’. O que essa iniciativa proporciona é bem mais do que isso: trata-se uma ampla inserção no mercado de trabalho. Muitos de vocês [referindo-se aos participantes] têm suas próprias empresas ou atuam como professores e pesquisadores”, disse o vice-reitor.

A doutoranda Priscila Martins Oliveira da Costa, da Universidade Estadual de Campinas, deu seu depoimento sobre a importância do programa em sua formação e no desenvolvimento de sua tese que está em fase de conclusão. “Todo o aporte que recebemos foi fundamental para o desenvolvimento de uma pesquisa de excelência. Tivemos apoio instrumental, laboratorial e para trabalhos de campo. Foram quatro anos em que pudemos estabelecer colaborações, inclusive com outras universidades, culminando com uma premiação internacional, da Geological Remote Sensing Group Annual Student Award”, relatou Priscila, que atua na área de exploração petrolífera e geologia de reservatórios.

Estabilidade
Em sua fala, o diretor técnico da ANP, Daniel Maia, fez um balanço quantitativo dos 25 anos do programa e destacou os avanços proporcionados pelo atual ciclo – 2018 a 2024 – principalmente em relação ao quesito financiamento. “Antes, o programa era bancado com recursos de um fundo do setor de petróleo, sujeito a muitas oscilações. Agora, recebemos recursos das petrolíferas, que têm a obrigação de investir 1% de sua receita em pesquisa e inovação. Isso proporcionou muito mais estabilidade”, avaliou o diretor, que aproveitou para agradecer o suporte dado por várias empresas do setor petrolífero, como a Petrobras, responsável por quase metade do aporte financeiro do programa.

Maia também defendeu que o PRH seja conectado a outros programas financiados pelo setor e que as empresas não se limitem a atuar como patrocinadoras. “É importante que elas sejam partícipes, que nos ajudem a discutir linhas de pesquisa que sejam do seu interesse, que conheçam mais profundamente os estudantes envolvidos para promover intercâmbios, estágios dentro da própria indústria e sua inserção no mercado, contribuindo para a construção de uma visão mais clara sobre o futuro da indústria”, destacou.

Auditório da Escola de Engenharia recebeu gestores, professores e pesquisadores na abertura do evento
Auditório da Escola de Engenharia recebeu gestores, professores e pesquisadores na abertura do evento Foto: Foca Lisboa | UFMG

Por meio do Laboratório de Ensaios de Combustíveis, coordenado pela professora Vânya Márcia Duarte Pasa, a UFMG foi a primeira instituição a sediar o PRH da ANP. Existem 54 iniciativas vigentes no país, presentes em 25 instituições de 13 estados brasileiros. Juntas, elas congregam 1.040 bolsistas.

A reunião deste ano, que prossegue até quinta-feira, dia 23 (veja a programação), reúne cerca de 300 pessoas, incluindo bolsistas, pesquisadores e representantes de empresas do setor de petróleo e gás e convidados estratégicos. O evento abriga uma vitrine tecnológica para apresentação de competências e patentes desenvolvidas nos âmbitos das instituições de ciência e tecnologia (ICTs). O objetivo é avaliar os progressos alcançados, compartilhar conhecimentos e fortalecer as conexões entre academia e indústria, de modo a impulsionar a inovação e o desenvolvimento sustentável do setor energético.

O PRH/ANP é financiado com recursos provenientes das obrigações de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) das empresas de exploração de petróleo, conforme determina a lei 10.973, de 2 de dezembro de 2004. As universidades parceiras disponibilizam suas infraestruturas e oferecem cursos de formação complementar e orientação de projetos de pesquisa, preparando os alunos para atender às demandas do setor.