O ano de 2015 inaugurou na UFMG uma fase de intensa renovação do seu quadro de servidores, o que muda completamente o perfil da Instituição. A Universidade tem 43% do seu pessoal efetivo na faixa de 50 a 70 anos e prestes a se aposentar, e 37% – 16% dos técnicos-administrativos e 21% dos docentes – em estágio probatório, isto é, com menos de três anos de serviço. As diferenças entre gerações de trabalho, sentidas em todos os ambientes, serão o tema central da Semana do Servidor, que será realizada de 13 a 17 deste mês.

No primeiro dia, o assunto será abordado em workshop na Estação Ecológica – no campus Pampulha – em duas turmas, uma pela manhã e outra à tarde, e também em mesa temática, às 10h, em Montes Claros. Na quarta-feira, 14, às 10h, no auditório da Reitoria, a mesa temática Encontro e desencontro de gerações no trabalho nas Instituições Públicas de Ensino vai reunir a pró-reitora adjunta de Recursos Humanos da UFMG, Leonor Gonçalves, a pedagoga Adriana Galluppo e o professor Sidinei Rocha de Oliveira, da UFRGS, que tem pesquisa sobre diferenças geracionais no setor público.

Na sexta-feira, 16, também no auditório da Reitoria, às 9h, o tema Gestão do Processo do trabalho entre as gerações nas instituições públicas de ensino será discutido em mesa-redonda pelas professoras da UFMG Maria José Grillo, pró-reitora de Recursos Humanos, e Iris Barbosa Goulart, juntamente com a administradora Marina Ariente.

Evento de extensão realizado anualmente pela Pró-reitoria de Recursos Humanos (ProRH), a Semana tem o objetivo de promover o aperfeiçoamento no âmbito do trabalho e o desenvolvimento coletivo e individual, tornando o processo funcional mais produtivo e harmônico. A programação da Semana do Servidor, que inclui concurso fotográfico, exposição sobre a memória da UFMG, atividades culturais e esportivas, como campeonato de futsal e de peteca, está disponível na página www.ufmg.br/semanadoservidor.

Servidores, alunos e terceirizados devem se inscrever como ouvintes, pela internet, até a véspera do evento. Atividades como workshop, concurso fotográfico, caminhada e corrida rústica são direcionadas a servidores, e as inscrições devem ser feitas em links específicos do mesmo site.

Renovação

Levantamento realizado em 2014 contabilizou na UFMG 7.518 servidores concursados, dos quais 4.398 são técnicos e administrativos, e 3.120 docentes, representando 58% de sua força de trabalho. Os outros 42% que atuam na Universidade estão distribuídos em duas categorias: 2.799, ou 22% do total, são celetistas, contratados via Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), para a execução de projetos de extensão e pesquisa, e 2.529 (20%) estão vinculados a empresas contratadas para prestação de serviço em áreas como vigilância e limpeza, por meio de contratos administrados pela Pró-reitoria de Administração.

De acordo com a pró-reitora adjunta de Recursos Humanos, Leonor Gonçalves, a tendência é aumentar para cerca de 30% a presença desses últimos, quando se aposentarem jardineiros, porteiros e motoristas do quadro, cujos cargos foram extintos. Levantamento da ProRH revelou a presença de 1.381 servidores do quadro efetivo em estágio probatório, “o que indica renovação significativa dessa população, sobretudo quando se aposentarem os cerca de 30% de técnicos e administrativos que agora completam 30 ou 35 anos de trabalho”.

Ela destaca que aproximadamente 43% (3.231) do pessoal efetivo estão na faixa de 50 a 70 anos, e somente 5,8% (436) se encontram abaixo dos 30 anos. Em sua opinião, esses números revelam a necessidade de um planejamento que antecipe ações para um cenário de expressiva renovação do quadro funcional nos próximos anos, o que fica evidente na análise do tempo de serviço prestado pelos servidores durante sua vida funcional na UFMG. Cerca de 500 (16%) docentes já atendiam em 2014 ao quesito “tempo de serviço” para aposentadoria, por terem cumprido pelo menos 25 anos de trabalho. No caso dos servidores técnico-administrativos, 664 (15%) estavam em condição de se aposentar por terem cumprido de 30 a 35 anos de serviço. “Esse número pode ser ainda maior, uma vez que a análise não contabilizou o tempo de serviço prestado em outras instituições”, alerta Leonor Gonçalves.