Experiências que transformam
A 16ª Jornada de Extensão vai compartilhar propostas inovadoras desenvolvidas por alunos, professores e sociedade
Alunos e professores da UFMG interagem com a sociedade, levando conhecimento acadêmico e absorvendo saberes comunitários, por meio de mais de 1.300 programas e projetos de extensão. Parte dessa diversidade será compartilhada durante a 16ª Jornada de Extensão da UFMG, nesta quarta, 24 de maio, no Auditório Nobre do CAD 1, a partir das 14h.
A expectativa é de que o evento reúna cerca de 700 estudantes de graduação dos campi da UFMG em Belo Horizonte e em Montes Claros que recebem bolsas dos editais de fomento a ações
distribuídas por oito áreas temáticas. Também são convidados estudantes voluntários, professores, servidores técnico-administrativos e representantes das comunidades parceiras.
Com o tema Extensão contemporânea: experiências de transformação, o evento, segundo a pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira, põe em evidência bolsistas e comunidades parceiras. “Escolhemos programas e projetos que trazem propostas inovadoras e que dão destaque a novas pautas, cada vez mais importantes diante das mudanças sofridas nos últimos anos pela Universidade e, consequentemente, pela extensão”, afirma a pró-reitora.
O protagonismo dos estudantes e das comunidades é fundamental, de acordo com Benigna, não apenas no desenvolvimento das ações, mas também no momento de sistematizar e compartilhar essas experiências. “É um espaço importante para que os estudantes possam refletir e relatar como a extensão contribui na sua formação e transforma a Universidade e as comunidades onde os projetos são desenvolvidos”, enfatiza.
Quatro iniciativas
A Jornada terá apresentação inédita de integrantes do programa de Dança Experimental da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, que estimula a prática, o aprendizado, a criatividade e a construção de uma dança própria. A performance terá participação da coordenadora, professora Isabel Coimbra, e de bolsistas, voluntários e quatro integrantes de comunidades parceiras. “Mostrar nosso trabalho durante o evento é uma ótima oportunidade de intensificar o diálogo entre a comunidade e a Universidade”, comenta Isabel Coimbra.
Quatro iniciativas serão apresentadas numa roda de conversa. Três bolsistas vão compartilhar suas vivências, e um integrante da comunidade vai relatar sua visão de extensão universitária.
Um dos relatos, referente ao projeto Trajetórias de egressos de escola pública e negros/as e indígenas na UFMG, será apresentado pela estudante Mariana Moreira. “O projeto é como ‘extensão para dentro’. Sujeitos com os quais a extensão não dialogava fora daqui estão agora dentro da Universidade, e as dinâmicas de exclusão e discriminação ligadas a questões de raça, classe, gênero e orientação sexual, que também se dão nesse espaço, precisam ser combatidas”, defende Mariana Moreira.
O bolsista Fernando Ernany vai apresentar o Aproxime-se. Iniciativa pioneira da UFMG, que inclui a extensão nos cursos de educação a distância, o programa do Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed) orienta ações dos mais de 30 polos de EAD em Minas Gerais, visando à aproximação entre o polo e a comunidade local. “Em Formiga, o programa revelou aos participantes uma maneira nova de ensinar e aprender, uma didática aberta às diversidades, ao esclarecimento e à aceitação do novo”, diz Fernando Ernany.
Governança comparada
A dimensão de internacionalização da extensão em interface com a pesquisa também terá espaço na Jornada. O mestrando e intercambista Leonardo Maghai (Universitá di Padova, Itália) integra o projeto Incluindo adaptação baseada nos ecossistemas nos contextos urbanos, em que desenvolve pesquisa comparativa de governança em três capitais (Belo Horizonte, Madri e Veneza).
Para Maghai, a extensão da UFMG tem muita relevância em seu percurso acadêmico: “Na Itália, o estudante de mestrado não tem a possibilidade de, por meio do seu conhecimento, interagir com a comunidade ao seu redor. Nesse sentido, acho que a extensão universitária no Brasil é muito mais desenvolvida. Minha expectativa é que a pesquisa realizada aqui possa contribuir para a eficácia de políticas públicas urbanas”.
A representante das comunidades parceiras é a militante quilombola Maria Alves de Souza, que participa do projeto Encontro do tempo comunidade da licenciatura em Educação do Campo (Lecampo). Vinculada ao Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão da Educação do Campo, a iniciativa foi uma das contempladas no edital de fomento a iniciativas de Formação em Extensão Universitária, em 2016, que prevê a integralização de créditos relativos à extensão.
“Esse projeto propiciou troca de conhecimentos em defesa da educação do campo. As visitas da UFMG às comunidades quilombolas de Ouro Verde de Minas [no Vale do Mucuri] trouxeram para a cidade novas formas de reflexão política e mobilização social, e o melhor é que isso foi construído junto com os moradores”, enfatiza Maria Alves.
A programação da Jornada está disponível em http://bit.ly/2qwRr2H/.
*Bolsista de jornalismo da Pró-reitoria de Extensão