Pós-graduação ainda mais forte
UFMG implantará autoavaliação de seus programas de mestrado e doutorado; processo ocorrerá paralelamente ao da Capes
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) acaba de aprovar proposta para instituir um programa de autoavaliação da pós-graduação da UFMG. O processo não precisa passar pelo Conselho Universitário e já está pronto para entrar em vigor. “Nosso próximo passo é constituir uma comissão de avaliação diagnóstica, que começa a trabalhar em setembro, com prazo de um ano”, explica o professor Fábio Alves, pró-reitor de pós-graduação da UFMG. O grupo contará com representantes dos três grandes colégios do conhecimento: ciências exatas e engenharias; saúde e ciências biológicas; ciências humanas, ciências sociais aplicadas, letras e artes.
O objetivo é que seja possível construir, até 2021, um processo de autoavaliação da pós-graduação com metodologia própria e unificada.
Fábio Alves lembra que a UFMG realizou duas grandes avaliações institucionais de sua pós-graduação na história recente: uma, de 1987 e 1989, e outra em 2005 e 2006. Contudo, foram trabalhos pontuais, que não tiveram continuidade. Agora, a ideia é implementar a autoavaliação da pós-graduação da UFMG como processo permanente e regular, paralelo à avaliação quadrienal conduzida pela Capes. “A intenção é que essa comissão nos entregue seu relatório em dezembro de 2020. Em seguida, será criada uma comissão permanente de autoavaliação”, explica. O objetivo é que seja possível construir, até 2021, um processo de autoavaliação da pós-graduação com metodologia própria e unificada. Essa comissão também servirá de base para o estabelecimento de comissão permanente de autoavaliação da pós-graduação e de uma Diretoria de Avaliação da Pós-graduação até março de 2022.
Segundo Fábio Alves, a partir do quadriênio 2017-2020, a autoavaliação dos programas de pós-graduação – assim como a estrutura dos programas – passou a ser um quesito pontuado na avaliação da Capes, o que reitera a importância da implantação coordenada do projeto. “O objetivo final é fortalecer a Universidade, possibilitando que ela estabeleça e cumpra um planejamento estratégico de médio e longo prazo para a sua pós-graduação”, explica o pró-reitor.
Cultura
A pós-graduação da UFMG é avaliada de quatro em quatro anos pela Capes – no meio do quadriênio, há uma avaliação de meio termo. Esse processo ocorrerá agora, no segundo semestre. Contudo, não existe, na UFMG, um mecanismo de avaliação que possibilite aos programas e à PRPG mensurar “se uma nota sete que a Capes confere a um de nossos programas é também sete para nós”, exemplifica o pró-reitor.
Com o estabelecimento da comissão de avaliação diagnóstica, a expectativa é que a Universidade chegue ao final do quadriênio 2017-2020 com dados que lhe possibilitem aferir, com mais precisão, quais notas da avaliação da Capes correspondem à efetiva realidade dos programas da UFMG e quais divergem da autoavaliação feita pela Universidade.
Além disso, a autoavaliação vai possibilitar que a PRPG identifique, em cada programa, as suas potencialidades e fragilidades, de forma a poder recomendar adequações e o aprimoramento dos aspectos críticos, antecipando-se à avaliação da Capes. “Uma Universidade do tamanho e da relevância da UFMG não deveria ter um programa fechado pela Capes. Temos de nos antecipar”, argumenta Fábio Alves. “Nesse sentido, o papel dos coordenadores dos programas e dos diretores das unidades acadêmicas será fundamental. O que queremos é criar, de fato, uma cultura de avaliação institucional da pós-graduação”, afirma.
Crescimento estratégico
Outra frente que deverá ser aprimorada com o projeto de autoavaliação da pós-graduação é a criação de novos programas. “Teremos informações que nos possibilitarão induzir novos programas em consonância com o interesse estratégico da UFMG”, informa Fábio Alves.
O projeto está organizado em quatro pontos focais: avaliação da estrutura dos programas, avaliação do perfil dos docentes (fluxo de entrada e saída, adequação ao perfil do programa, entre outros), avaliação do corpo discente (perfil, índices de cumprimento de prazos, porcentagem de evasão, nível de preenchimento de vagas, entre outros) e avaliação da inserção do programa em sua mais ampla acepção.
“Vamos estabelecer parâmetros que reflitam a qualidade acadêmica de todos os programas da UFMG, em consonância com o Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG) 2011-2020, que apresenta propostas para uma política de pós-graduação e pesquisa no Brasil e traz esse conceito de autoavaliação”, diz Fábio Alves. Outro objetivo do projeto é promover um acompanhamento mais sistemático e centralizado na PRPG dos egressos da pós-graduação.