53º Festival de Inverno: música e Modernismo e o negro na literatura são destaques da programação desta quarta
Os reflexos da Semana de Arte Moderna de 1922 na música atual serão analisados na roda de conversa que abre o quinto dia de atividades do 53º Festival de Inverno UFMG. A conversa reunirá, nesta quarta, 28 de julho de 2021, a partir das 10h, os professores Flavia Toni e Walter Garcia, da USP. Toni tem-se dedicado ao estudo da relação entre Modernismo e música na primeira metade do século 20, à literatura musical de Mário de Andrade e à obra de Camargo Guarnieri. Em parceria com Oneyda Alvarenga, editou o Dicionário musical brasileiro, de Mário de Andrade. Garcia desenvolve a pesquisa Formas da canção popular no Brasil a partir de 1930: análise e interpretação e já publicou livros e artigos sobre a produção musical de João Gilberto, Dorival Caymmi, Chico Buarque e Racionais MCs. A mediação será feita pela professora e pianista Ana Cláudia de Assis, da Escola de Música da UFMG.
Às 14h, ocorrerá mais uma sessão da oficina Colorindo o mundo: autorretratos com Anita Malfatti e o Sertão, inspirada no trabalho da artista brasileira Anita Malfatti, em diálogo com os elementos da exposição virtual Sertão Mundo, do Espaço do Conhecimento. A atividade será realizada pela plataforma Zoom.
Mais uma playlist será lançada nesta quarta-feira. A partir das 16h, estará disponível Sons do rosário: fé e resistência afrodiaspórica, que reúne vídeos de canções disponíveis na web, em diálogo com o tema geral desta edição do Festival. A seleção foi feita pela professora Glaura Lucas, da UFMG.
Raça e representação
Às 17h30, o escritor Jeferson Tenório abordará a construção de personagens negros no mundo contemporâneo na conversa Literatura, raça e representação. Doutorando em Teoria Literária na PUC do Rio Grande do Sul, Tenório estreou na literatura com o romance O beijo na parede (2013), eleito o livro do ano pela Associação Gaúcha de Escritores. É autor de Estela sem Deus (2018) e de O avesso da pele, publicado no ano passado pela Companhia das Letras. A conversa será mediada pelo professor Eduardo de Assis Duarte, da Faculdade de Letras da UFMG.
Na sequência, às 18h30, a diretora de teatro Maria Thaís Lima Santos ministra a palestra A cena – um lugar de acontecimentos e de confluência, em que abordará propósitos e fundamentos que norteiam a prática criativa e pedagógica nos dias de hoje. Sua reflexão parte da experiência desenvolvida na residência artística Vagamundos – um laboratório cênico, no Centro de Pesquisa Teatral do Sesc São Paulo, de setembro de 2020 a maio de 2021, e de sua atuação como pesquisadora-sênior do Museu Paulista da USP. A mediação está a cargo do professor Paulo Bio Toledo, da Faculdade de Letras.
Exuzilhadas é o tema da roda de conversa que reunirá, a partir das 19h30, a escritora mineira Cidinha da Silva e Pedro Meira Monteiro, professor de Literatura e Cultura Brasileira na Princeton University. A formação literária de Cidinha, suas atividades pedagógicas e editoriais à frente da Kuanza Produções, a relação entre crônica e ficção, a estética das africanidades, orixalidades e ancestralidades e a relação entre literatura e cidadania são alguns dos assuntos da conversa. Cidinha Silva é autora de 19 livros, entre eles Um exu em Nova York, vencedor do Prêmio Biblioteca Nacional em 2019.
Às 21h, será exibida a textura sonora Outros eram os outros, com concepção e montagem de Sérgio Bairon. Trata-se de um trabalho de composição conceitual criativa, que mescla música, literatura, narrativas orais e sons da paisagem, entre outros elementos. A produção une passagens de O recado do morro, de Guimarães Rosa aos sons, cantos e rituais da região de Cordisburgo, Jequitibá e entorno.
O show Conversas musicais: ‘trilha, toada e trupé’, do Grupo A Barca, encerra a, partir das 21h05, as atividades do dia. Formado por André Magalhães (bateria e percussão), Laetícia Madsen (voz), Ari Colares (percussão), Chico Saraiva (violão), Lincoln Antonio (piano), Marcelo Pretto (voz) e Renata Amaral (baixo), o grupo cria arranjos e composições inspirados nas manifestações populares e no intercâmbio criativo com comunidades e artistas populares do Brasil.
Em suas viagens pelo país, a Barca desenvolve parcerias com produtores locais, ofertando oficinas e se apresentando com artistas populares. Neste sábado, 31, o grupo ministrará oficina gratuita com os mestres Dirceu Ferreira Sergio e Maria Luiza Diniz Ferreira, capitães da guarda do Congado da Irmandade do Rosário de Justinópolis.
A programação do 53º Festival de Inverno UFMG está disponível no site do evento. Com exceção da oficina de autorretratos, as atrações serão transmitidas pelo canal Cultura UFMG no YouTube.