Campanha de popularização: professor da Fafich dirige espetáculo sobre ‘paixão e obra’ de Hilda Hilst
De 26 a 29 de janeiro de 2023, de quinta a domingo, o Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes, recebe o espetáculo A obscena senhora H – paixão e obra de Hilda Hilst, a preços populares. A peça tem dramaturgia, direção, encenação e cenografia de Juarez Guimarães Dias, professor do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG.
O espetáculo integra a programação da 48ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança e será apresentado às 20h, de quinta a sábado, e às 19h, no domingo. Os ingressos custam R$ 20 se comprados antecipadamente na internet ou nos postos físicos de vendas da campanha. Na bilheteria, o preço é R$ 42 (inteira).
Doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e mestre em literatura pela PUC Minas, Juarez Guimarães pesquisa a obra de Hilda Hilst há quase 20 anos. A peça A obscena senhora H foi criada por ele e por Luciana Veloso, atriz que interpreta o monólogo.
Luciana encena momentos do relacionamento violento e abusivo vivenciado pela premiada escritora brasileira Hilda Hilst com seu primo Wilson Hilst, 20 anos mais jovem, durante a criação de um de seus mais aclamados livros, A obscena senhora D, no início da década de 1980.
“O encontro marca uma relação mais profunda entre a vida e a obra da escritora, em que realidade e ficção se misturam num mesmo enredo”, anota-se no release de divulgação do espetáculo. Seu texto foi composto com fragmentos do romance A casa da senhora H, de Juarez, e da novela A obscena senhora D, de Hilda Hilst, além de trechos de cartas e entrevistas.
Temas atuais
Para Juarez Guimarães, a peça aborda temas urgentes para a sociedade atual. “Mesmo escrita há 40 anos, a obra de Hilda se faz atual e necessária, quando traz reflexões sobre práticas machistas, violência contra a mulher e o verdadeiro sentido da vida, com personagens que questionam Deus, a vida, a morte e o corpo”, destaca.
“A personagem do livro, Hillé, é um autorretrato da escritora que radicaliza a relação entre a materialidade da carne e a intangibilidade do espírito”, opina Luciana Veloso. “Em A obscena senhora D, Hilda sublima a dor, a perda e a violência em uma busca incessante e desesperada pelo divino ou pela ‘incompreensível compreensão’ do que existe entre a vida e a morte.”