Espaço do Conhecimento exibe fotografias do congado e da quimbanda em sua fachada digital
Ainda como parte da programação do Novembro Negro, o Espaço do Conhecimento UFMG exibe, em sua fachada digital, até 31 de dezembro de 2022, das 18h30 às 22h30, as séries de fotografias Quem anda com nego velho e Aos seres da metamorfose, de Patrick Arley.
O autor, que também é antropólogo, tem mais de 15 anos de experiência como fotógrafo. Ao longo desses anos, tem contribuído com a difusão, visibilidade e promoção das manifestações de matriz africana em Belo Horizonte.
A série Quem anda com nego velho aborda o Reinado ou Congado Mineiro, uma tradição religiosa bantu-brasileira, que se desenvolve por meio do encontro de elementos do catolicismo centro-africano com outras tradições africanas, indígenas e europeias. “Um dos desafios do registro imagético do Reinado é não reproduzir os vários estereótipos preconceituosos acerca da manifestação, mas, sim, assumir uma perspectiva contrária a eles”, explica Patrick Arley.
As 20 fotografias foram planejadas tiradas em lugares e momentos diferentes, entre 2017 e 2021. Os festejos e seus rituais de preparação escolhidos para as imagens são da Irmandade de Congo e Moçambique Nossa Senhora do Rosário e Sagrado Coração de Jesus – Os Carolinos (BH), Guarda de Congo Nossa Senhora do Rosário do Urca (BH), Guarda de Moçambique São José (BH), Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Santo André (BH), Guarda de Moçambique Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário (BH), Guarda São Jorge de Nossa Senhora do Rosário (BH), Guarda de Moçambique do Alto dos Pinheiros (BH), Irmandade de Congo e Moçambique Morro do Papagaio (BH), Festejo do Tambor Mineiro (BH) e Guarda de Marinheiro de São Jorge e Nossa Senhora do Rosário (Vespasiano).
“Não busco, com a exposição, a construção de uma narrativa linear do percurso de um festejo de Reinado. Quero evocar, por meio da diversidade de irmandades e circunstâncias, alguns aspectos que se fazem presentes nas práticas reinadeiras e que são, a meu ver, pouco abordados na iconografia existente”, argumenta o fotógrafo.
As imagens da série Aos seres da metamorfose foram feitas neste ano na Casa de Quimbanda 7 Marias, no município de Abaeté (MG), “com a anuência dos seus médiuns e entidades”, ressalta Patrick Arley.