Produção poética, curadoria indígena e filme sobre ancestralidade e religião são destaques do quarto dia de Festival de Inverno
Nesta terça feira, dia 27 de julho de 2021, a programação da 53ª edição do Festival de Inverno UFMG será iniciada a partir das 16h, com a publicação da curadoria Pós-modernismo na música de concerto brasileira/mineira. A seleção, realizada pelo grupo Sonante 21, une vídeos de canções nacionais que dialogam com o tema desta edição.
O primeiro evento ao vivo do dia será a roda de conversa Memória 1972: comemorações dos 50 anos do Modernismo. Programado para 17h, o encontro revisitará as produções culturais, artísticas e intelectuais realizadas no início da década de 70, quando se comemorou meio século da Semana de Arte Moderna. O debate reunirá o doutor em filosofia Eduardo Jardim de Morais e a diretora do Acervo de Escritores Mineiros, Myriam Corrêa de Araújo Ávila. A mediação ficará a cargo de Verona Segantini, coordenadora do Campus Cultural UFMG Tiradentes.
Outra roda de conversa está marcada para 18h30. Heloisa Buarque de Hollanda, professora emérita UFRJ, e Eduardo Coelho, docente da Faculdade de Letras da UFRJ, abordarão o tema 45 anos de antologias: dos poetas marginais à produção contemporânea de 29 mulheres. Na conversa, eles discutirão as continuidades e rupturas nos modos de fazer, circular e comercializar poesia.
Heloísa Buarque de Holanda organizou, em 1976, a coletânea 26 poetas hoje, que reuniu criações de poetas à margem do circuito literário, que produziam seus livros de forma artesanal – seus autores ficaram conhecidos como a "geração mimeógrafo". A obra foi reeditada em 2021. Também neste ano, a professora lançou outra antologia, 29 poetas hoje, com trabalhos poéticos de mulheres contemporâneas. O encontro será mediado pelo professor André Botelho, do Departamento de Sociologia da UFRJ.
Um debate sobre arte, curadoria e saberes indígenas reúne, a partir das 19h30, o artista antropófago amazonense Denilson Baniwa, a mestre em artes Naine Terena e o professor indígena Nei Leite Xacriabá. Eles conversarão sobre as ressonâncias e os "ecos e desvios do Modernismo nas artes" na atualidade.
Estrela guia e fonte de cura
O quarto dia de festival encerra-se com duas apresentações, a partir das 21h. Haverá a exibição da textura sonora Estrela guia, que une passagens de O recado do morro, de João Guimarães Rosa, aos sons, cantos e rituais da região de Cordisburgo, Jequitibá e entorno. A montagem, que agrega voz, música, sons e texto, foi concebida por Sérgio Bairon.
Logo após a exposição sonora, será exibido o filme Fonte de cura, que faz um mergulho nos costumes religiosos que permeiam a formação do povo brasileiro. A produção ressalta a importância cultural de povos tradicionais e desmitifica credos relacionados à sabedoria ancestral, passada entre gerações dentro das casas e em diversos quintais. A produção é dirigida por Jack Diniz.
A programação do 53º Festival de Inverno UFMG está disponível no site do Festival. Todas as atrações serão transmitidas pelo canal Cultura UFMG no YouTube.