No atravessar entre realidade e ficção, o espetáculo Death lay: na vida tem jeito prá tudo, do Grupo Oriundo de Teatro, parte do relato autobiográfico da atriz Anna Campos para refletir sobre o direito de viver e morrer com dignidade no Brasil. O espetáculo, que integra a programação da 50ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, cumprirá temporada de 31 de janeiro a 2 de fevereiro, sexta e sábado, às 21h, e domingo às 19h, no Teatro Francisco Nunes. A classificação etária é de 14 anos, e os ingressos podem ser adquiridos nos postos do Sinparc e no site Vá ao teatro.

Em cena, um mastro para pole dance, um leito e duas mulheres em suspensão entre a vida e a quase-morte. Enquanto a filha busca por um death lay perfeito – movimento de nível avançado do pole dance –, a mãe encontra-se em estado vegetativo. Por meio de sonhos e delírios, elas voltam a se comunicar. 

Teatro documentário
Produzido pelo professor Antonio Hildebrando e por ex-alunos das graduações em Teatro e em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFMG, o solo baseia-se em princípios do teatro documentário autobiográfico. Anna Campos divide a cena com uma boneca criada pelo artista plástico Eduardo Félix, que reproduz as feições da mãe da atriz em tamanho real. Documentos-memória como áudios, fotos, vídeos e objetos pessoais, e recursos metateatrais também compõem o espetáculo, mesclando tempos e espaços.

“Tudo foi feito com muito cuidado. A questão é complexa e envolve pontos que a sociedade brasileira parece não querer discutir. Além disso, é muito delicada a intenção da Anna de querer abordar as questões que envolvem o estado vegetativo permanente em um espetáculo solo, mas tendo que se confrontar e compartilhar com a equipe, e posteriormente com o público, lembranças e dores muito profundas”, explica o diretor e dramaturgo Antonio Hildebrando.