60 anos do golpe: FaE debate reflexos da ditadura na educação
Novo episódio da série 'Bibliografia viva' recebe o sociólogo Luiz Antônio Cunha, um dos maiores estudiosos do tema
No dia 31 de março, o golpe de 1964 completa 60 anos. Em alusão à data, a Faculdade de Educação promoverá nesta semana (26, 27 e 28 de março) uma série de atividades em que serão discutidos os efeitos da ditadura sobre a educação. Nesta terça-feira, às 19h, o primeiro episódio da quarta temporada da série Bibliografia viva homenageia o sociólogo e pesquisador Luiz Antônio Cunha.
Carlos Jamil Cury, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Aleksandra Nogueira, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Janete Lins Azevedo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e José Antonio Sepúlveda, da Universidade Federal Fluminense (UFF), participarão da homenagem. Os professores Luciano Mendes, da UFMG, e Fabrício Vinhas, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), farão a moderação. O programa, que irá ao ar no canal da FaE no YouTube, é uma das três atividades que relembram o golpe de 1964.
Na quarta, 27, das 8h às 11h, e na quinta, 28, das 19h30 às 22h, serão ministradas aulas públicas com o tema O golpe de 1964, a ditadura e a educação no Brasil, no Auditório Neidson Rodrigues da FaE. Durante as aulas, será lançado o livro Educação e direitos humanos em tempos de resistência. As aulas será transmitidas pelo canal da FaE no YouTube.
Consultor internacional
Nascido em Araguari, Minas Gerais, em 6 de julho de 1943, Luiz Antônio Cunha se mudou para a capital paulista ainda criança. Ele iniciou seus estudos em Sociologia, em 1964, apenas duas semanas antes do golpe, na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e concluiu sua graduação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em 1967. Seu mestrado foi realizado na PUC-Rio, e seu doutorado, na PUC-SP, ambos na área da Educação.
Luiz Cunha foi professor na PUC-Rio, na Fundação Getúlio Vargas, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e nas universidades federais Fluminense (UFF) e do Rio de Janeiro (UFRJ). Entre atividades políticas, viagens a trabalho para Guiné-Bissau ou França e trabalhos como consultor internacional, o professor publicou diversos livros fundamentais para a compreensão do impacto do golpe civil-militar e da ditadura na educação do país.