Na próxima segunda-feira, 3 de abril, a UFMG lança, no formato de livro, o relatório da pesquisa sobre os 20 anos das Ações Afirmativas na Universidade, coordenada pelo professor Rodrigo Ednilson de Jesus, presidente da Comissão Permanente de Ações Afirmativas. Intitulado Ações afirmativas na UFMG: por que sim?, o volume será apresentado em evento que terá início às 9h, no auditório do Centro de Atividades Didáticas (CAD 1), no campus Pampulha.

O relatório é um recorte da pesquisa nacional Avaliação das políticas de ação afirmativa no ensino superior no Brasil: resultados e desafios futuros, coordenada pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Educação Superior (Lepes) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Ação Educativa. O e-book da pesquisa, lançado em novembro de 2022, está disponível para download gratuito, na página do estudo.  

No prefácio do livro que traz o recorte da experiência da UFMG, as professoras Rosana Heringer (UFRJ) e Denise Carreira (USP e Ação Educativa) escreveram: “Nesta pesquisa de âmbito nacional – que se somou aos esforços de outros estudos nacionais como os liderados pelo Consórcio de Acompanhamento das Ações Afirmativas e pela Associação Brasileira de Pesquisadoras e Pesquisadores Negros (ABPN) –, nós nos dedicamos a realizar um balanço da adoção da Lei de Cotas, analisando seu impacto, em termos numéricos, no conjunto das universidades federais brasileiras e sua implementação em estudos de caso específicos realizados em seis universidades selecionadas [uma delas, a UFMG]. Além disso, investigamos o papel da avaliação institucional do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) na implementação da lei. Para chegar aos resultados, analisamos dados de diferentes fontes, incluindo bases de dados nacionais, documentos institucionais, entrevistas com gestores e rodas de conversa com estudantes cotistas”.

Rodrigo Ednilson, professor da Faculdade de Educação, explica que o relatório apresenta parte dos 20 anos da história das políticas afirmativas da Universidade, por meio de entrevistas, recortes jornalísticos e dados quantitativos, estruturado em partes que abordam a formação de uma agenda pública, a formulação da política, o processo decisório, a implementação, o acompanhamento e a avaliação dessa política.

Em entrevista, a professora emérita da Faculdade de Educação Nilma Lino Gomes narra os bastidores da elaboração, aprovação e implementação do Programa Ações Afirmativas na UFMG nos primeiros anos da década de 2000, ponto de partida para a instauração de uma agenda pública que "mudou a face" da Universidade.

A segunda parte do volume contém artigos que reproduzem narrativas de integrantes da administração central da UFMG, de coordenadores de cursos e de estudantes de graduação e pós-graduação. Os depoimentos revisitam a trajetória mais recente das políticas afirmativas e suas interfaces com as políticas de ensino, de assistência estudantil e de pesquisa.

O livro é fechado com entrevista da reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida. De acordo com Ednilson, as respostas da reitora “sintetizam uma leitura fiel do ambiente universitário contemporâneo, em um contexto de ameaças democráticas, e compartilha uma análise privilegiada dos desafios a que estão sujeitas as instituições de ensino superior, o que faz dela, segundo o professor, "um importante documento histórico".

A publicação tem apoio editorial e revisão do professor do Departamento de Comunicação Social da Fafich Carlos Magno Camargos Mendonça e do Centro de Comunicação (Cedecom) da Universidade. O livro foi impresso na Imprensa Universitária da UFMG.

No evento, além dos pesquisadores Natália Silva Colen, Silvia Regina de Jesus Costa e Rodrigo Ednilson de Jesus (coordenador), estarão presentes a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, a professora Nilma Lino Gomes e a deputada federal Dandara Tonantzin (PT/MG).