Aplicativo desenvolvido por aluna da Medicina facilita diagnóstico clínico
A estudante de Medicina da UFMG Mariane Melo foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento de aplicativo que auxilia médicos a obter diagnósticos mais precisos. Durante o seu período de mobilidade internacional, entre julho de 2015 e janeiro deste ano, pelo programa Ciência sem Fronteiras, a aluna, em parceria com equipe multidisciplinar de uma startup de Londres, criou o Dem Dx, ferramenta que funciona como uma árvore de decisões: o usuário cadastra os sintomas básicos e o aplicativo sugere outros mais específicos, chegando ao diagnóstico mais provável.
Segundo a estudante, a maioria dos erros médicos ocorre no momento do diagnóstico. O aplicativo ajuda a conferir precisão a essa etapa e evita falhas. “A ideia não é vender o diagnóstico, mas oferecer uma segunda opinião para que os profissionais tenham mais confiança”, conta. Apesar de o público principal ser formado por médicos, o Dem Dx também pode ser usado por estudantes, já que ajuda a estruturar o raciocínio clínico.
A principal dificuldade encontrada por Mariane Melo é melhorar o conteúdo para relacionar os sintomas de maneira clara. “A árvore de decisões é muito grande, e todas as pessoas têm de ser capazes de encontrar resultados, mesmo que pensem de maneira diferente”, relata.
O aplicativo, gratuito, só está disponível em inglês para iPhone e iPad. A equipe já está trabalhando nas versões para plataforma Android e em português, que devem ser lançadas em junho. “O Brasil é o país com o maior número de downloads”, informa a estudante.
A startup responsável pelo Dem Dx busca investidores para estabelecer parcerias.
Voluntariado e estágio
Durante seu período de intercâmbio, Mariane Melo também foi voluntária da ONG Doctors of the World, que ajuda imigrantes ilegais a conseguir atendimento médico no sistema de saúde do Reino Unido – a organização fornece declaração que vale como comprovante de endereço, exigida no país.
A aluna também estagiou no King’s College Hospital e no Evelina Children’s Hospital, ambos vinculados à King’s College of London. Ao longo de seis meses, a estudante produziu dois artigos e foi convidada a apresentar um deles no Congresso Mundial de Neurocirurgia, que será realizado em Berlim, no final de junho.