Belo Horizonte recebe exposição sobre o cinema da transição espanhola
Mostra no MIS Cine Santa Tereza é composta de 20 cartazes e segue até setembro
Francisco Franco assumiu o poder em 1939, após o fim da guerra civil espanhola, que durou três anos e terminou com a vitória do grupo nacionalista, de característica conservadora e apoiado por movimentos fascistas da época. Após a morte do General Franco, em 20 de novembro de 1975, a Espanha passou por um período transitório, em direção a um regime constitucional.
O longo tempo sob o domínio de um grupo repressor, seguido de uma fase instável, onde o futuro era incerto, influenciou toda uma nação e o mundo cinematográfico não ficou de fora. As produções audiovisuais na Espanha começaram a ter relevância com Buñel, que dirigiu ao lado de Salvador Dalí, o clássico Um Cão Andaluz, em 1928.
Contudo, os conflitos que emergiram na região impediram que o cinema se tornasse competitivo e o avanço das produções de Hollywood não facilitaram em nada a vida dos espanhóis, que ainda sofriam com a censura e com a falta de recursos tecnológicos. Nessa fase, nasceu também o cinema clandestino.
Mas foi com o fim do franquismo que o universo cinematográfico espanhol voltou a ter significância, sem sofrer com as amarras da censura e tendo a liberdade de abordar temas marginalizados. Filmes como Canciones para Después de una Guerra, dirigido por Basilio Martín Patino, puderam ser lançados, sem temer a repressão do estado. Ao mesmo tempo, surgiu um dos maiores cineastas espanhóis que se conhece até hoje, Pedro Almodóvar. As primeiras películas do cineasta são grandes exemplos de como o cinema no período transitório era desenvolvido.
O diretor do Instituto Cervantes, Luis Javier Ruiz Sierra, falou sobre a exposição O cinema da transição espanhola em 20 cartazes, realizada no MIS Cine Santa Tereza, em entrevista ao programa Noite Ilustrada, da Rádio UFMG Educativa, nesta sexta-feira, 5.