Comissão de Educação da ALMG recomenda mudança de local da Stock Car
Em relatório, parlamentares que fizeram visita técnica ao Biotério Central da UFMG pedem que a PBH se posicione em relação à necessidade de licenciamento ambiental e urbanístico
Relatório final da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), produzido após visita técnica ao campus Pampulha para verificar os impactos projetados da realização da corrida Stock Car nas atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade, apresenta recomendações no sentido de mudança de local do evento e proteção das atividades da instituição.
No documento, aprovado nesta quarta-feira, dia 10, a comissão recomenda que a Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte se posicione em relação à necessidade de licenciamento ambiental e urbanístico das provas da Stock Car, previstas para serem realizadas na capital nos próximos cinco anos – a etapa de 2024 está agendada para o período de 15 a 18 agosto. O relatório destaca que a licença já concedida é referente a um evento, no entanto, a corrida e seus impactos indicam a necessidade de uma licença para empreendimento, que requer análise dos potenciais efeitos permanentes que sua realização, ainda que periódica, poderá causar na região e no município.
Prejuízos para pesquisas
“Nós conseguimos demonstrar, tecnicamente, que os prejuízos que a Stock Car trará à UFMG são irreparáveis, irremediáveis”, afirma a deputada estadual Beatriz Cerqueira, presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG.
“Nós corremos o risco de ter prejuízos em relação a pesquisas, a vacinas, ao avanço significativo na área da ciência, no enfrentamento ao câncer, por exemplo, além de uma série de vacinas, exatamente pelo impacto que a Stock Car causará, de forma irremediável, para o biotério”, conclui a parlamentar.
O relatório final da comissão destaca a vulnerabilidade do Biotério Central da UFMG, que fornece roedores para inúmeras e relevantes pesquisas no estado e no país, e também recomenda à Advocacia Geral da União que promova as ações necessárias para a proteção da unidade, com o impedimento da realização da corrida automobilística nas imediações do local.
O documento registra que a perturbação ambiental, especialmente a sonora, pode alterar a saúde dos animais a ponto de levá-los à morte. E mesmo aqueles que sobreviverem, com as alterações fisiológicas e o estresse a que forem submetidos, poderão comprometer os resultados dos experimentos.
São elencados, ainda, potenciais impactos para a Escola de Veterinária e o Hospital Veterinário da UFMG, para o Centro Esportivo Universitário (CEU) e o Centro de Treinamento Esportivo (CTE), para o Instituto de Ciências Biológicas e para a clínica da Faculdade de Odontologia, que atende pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Leia a íntegra do relatório final da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG:
A divulgação do relatório também foi tema de participação do jornalista Ruleandson do Carmo no programa Expresso 104,5 FM da Rádio UFMG Educativa. Ouça: