A partir de março, América Latina não terá presidente mulher
Cenário aberto com a saída de Michelle Bachelet é bem diferente de dois anos atrás, quando a região tinha ainda Cristina Kirchner e Dilma Rousseff
Com a saída de Michelle Bachelet, o cenário é bem diferente de dois anos atrás, quando a região tinha simultaneamente três líderes femininas: a própria Bachelet no Chile, Cristina Kirchner na Argentina e Dilma Rousseff no Brasil.
Desde 1974, quando Isabelita Perón foi eleita na Argentina, o continente teve 11 mulheres presidentes, sendo 8 eleitas e 3 interinas. Essa ausência da representatividade feminina na América Latina destoa da representatividade das mulheres da região e reflete um problema mundial que não é novidade: a desigualdade de gênero na política.
Na avaliação da socióloga e professora da Universidade Federal do Maranhão, Maria Mary Ferreira, que estuda a relação entre gênero e política, o momento atual é totalmente desfavorável para as mulheres na America Latina, já que, por conta de retrocessos políticos e sociais, o conservadorismo e machismo
vem cada vez mais ganhando força.
A professora da Universidade de Santiago do Chile Kathya Araujo também acredita que o crescimento de uma onda conservadora na América Latina tem influenciado negativamente na eleição de mulheres aos cargos políticos.
Saiba mais:
Vitória de Piñera no Chile consolida cenário de centro-direita na América do Sul