Em novo livro, Eugênio Bucci explica como o olhar se transformou em mercadoria
Jornalista e professor da USP falou sobre a publicação, em entrevista ao programa Noite Ilustrada
“Para onde escorre o olhar social?”, questiona Eugênio Bucci no epílogo de seu mais novo livro, A superindústria do imaginário - Como o capital transformou o olhar em trabalho e se apropriou de tudo que é visível. Na obra, o pesquisador, um dos principais teóricos da comunicação no Brasil, analisa como o olhar se transformou em mercadoria.
Partindo da influência das transformações tecnológicas no capitalismo e na sociedade, o autor analisa como o capital deixou de se concentrar em objetos físicos e passou a fabricar discursos, criar novos sentidos, que passaram a ter valor de troca. O livro é resultado de 20 anos de pesquisa e faz parte da coleção Ensaios, organizada pelo professor da USP Ricardo Musse. As publicações, redigidas por especialistas, apresentam análises de aspectos da cultura, da política, da economia e da vida social em geral, para o público não especializado.
No programa Noite Ilustrada desta quinta-feira, 1º, o jornalista Hugo Rafael conversou com o jornalista e pesquisador Eugênio Bucci, autor do livro e professor da USP. Durante a entrevista, o professor explicou os conceitos de superindústria e imaginário.
“É costume dizer que o olhar é a janela da alma, ou seja, o olhar seria uma portinhola, uma mínima brecha através da qual uma mensagem qualquer poderia entrar na subjetividade de uma pessoa. Essa mensagem, se for uma mensagem publicitária, poderia fisgar o desejo de consumo daquela pessoa. É muito comum entender que o olhar é algo passivo: a gente abre os olhos e recebe textos, imagens, coisa de fora para dentro. Toda a significação visual é fabricada não apenas diante do olhar, mas também na força do olhar”, explicou.
Produção: Maron Filho e Enaile Almeida, sob orientação de Luiza Glória e Hugo Rafael
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael