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Em poucos dias, Faculdade de Farmácia perde os professores Antonio Basílio e Luís Bernardes

Ambos dedicaram mais de cinco décadas à formação de profissionais

Antonio Basílio:
Antonio Basílio atuou na implantação do Internato RuralAcervo da Faculdade de Farmácia

Os professores Antonio Basílio Pereira e Luís Bernardes, da Faculdade de Farmácia da UFMG, morreram, respectivamente, no último dia 14 e na madrugada desta terça, 23. Basílio, aos 84 anos, não resistiu a complicações de problemas renais. Bernardes, de 87, sofria do Mal de Alzheimer.

Nascido em 1936, na Zona da Mata mineira, Antonio Basílio graduou-se na UFMG em 1964 e, dois anos depois, tornou-se professor da cadeira de química farmacêutica. Em 1984, defendeu trabalho de mestrado no Instituto de Ciências Exatas (ICEx). Dedicou-se a outras disciplinas vinculadas à formação farmacêutica, como controle de matéria-prima de medicamentos, análises farmacopeicas e nutrição enteral e parenteral. Foi chefe do Departamento de Produção Farmacêutica e do colegiado do curso. Logo após a aposentadoria, em 2006, passou a atuar como professor colaborador.

No Hospital das Clínicas da UFMG, teve papel importante na organização dos serviços farmacêuticos e foi também um dos responsáveis pela implantação da Farmácia Hospitalar em Minas Gerais. Uma das contribuições mais relevantes de Antonio Basílio Pereira para a formação profissional foi a criação do Internato Rural. Entre outros cargos, ele ocupou a chefia do Departamento de Produção Farmacêutica e a coordenação do colegiado do curso de Farmácia.

Luiz Bernardes:
Fora da sala de aula, Luís Bernardes dedicou-se ao estudo dos fitoterápicosEber Faioli | UFMG

Luís Bernardes nasceu em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e chegou a Belo Horizonte, em 1955, para cursar farmácia-química na Faculdade de Odontologia e Farmácia da Universidade de Minas Gerais. Em 1958, foi nomeado professor da Universidade. Era colega de departamento de Antonio Basílio.

O professor gostava de ressaltar que iniciou a carreira docente quando ainda era estudante, na monitoria da disciplina Farmacognose, na qual se manteve até o último dia de trabalho na UFMG. O Laboratório de Farmacognosia leva o nome do professor, que se dedicou intensamente ao estudo das plantas medicinais. Em 2003, ele se aposentou, porque completava 70 anos, mas manteve atuação na Faculdade. Na comemoração dos 75 anos da UFMG, em 2002, Bernardes foi homenageado como o docente mais antigo em atividade na Universidade. Em 2004, o Boletim UFMG publicou um perfil do professor. 

Acesso fácil
O professor Gerson Pianetti foi aluno e colega de Antonio Basílio e Luís Bernardes. “Em poucos dias, a UFMG e a formação em Farmácia perderam dois ícones”, afirma Pianetti, que enumera pontos em comum entre os mestres. “Eles eram elegantes e educados, e o acesso de colegas e alunos a ambos foi sempre muito fácil. Os dois foram autodidatas e responsáveis em grande parte pela base da formação do atual corpo docente da Faculdade.”

Em registros em rede social, a diretora da Faculdade de Farmácia, Leiliane Coelho André, celebrou Basílio e Bernardes como referências na formação de profissionais e na convivência cotidiana.