Inovação na vitrine: empresas sediadas no BH-TEC expõem produtos e soluções
Gratuito e aberto ao público, evento será realizado na quarta, 8, e na quinta, 9, na sede do complexo
Com início nesta quarta-feira, 8 de junho, a Vitrine BH-TEC oferecerá ao público uma imersão em tecnologias, produtos e negócios de ponta desenvolvidos nas empresas e laboratórios instalados nas dependências do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC).
Em dois dias de apresentação (quarta e quinta-feira), as 21 empresas residentes vão exibir desde soluções de comunicação até outras relacionadas aos rejeitos da mineração e doenças como dengue e zika. Também serão feitas apresentações sobre o futuro do varejo no Metaverso, sobre o Centro Nacional de Vacinas, a transformação digital e experimentação, entre outros temas. O acesso é gratuito para todas as atividades. A programação está disponível no site do Parque Tecnológico.
O CEO do BH-TEC, Marco Aurélio Crocco, afirma que a primeira vitrine demonstra “o grau de maturidade atingido pelo parque tecnológico, que hoje está totalmente ocupado, nessa sua ainda curta existência”. Marco Crocco explica que um dos objetivos do evento é promover o contato entre as empresas instaladas no Parque e a sociedade, a fim de realçar o ambiente como lugar de inovação e transferência de tecnologia. Para isso, o evento investe na divulgação de conhecimento, por meio de debates e palestras.
O dirigente, que também é professor da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), explica que a vitrine promove aproximação entre o BH-TEC e a própria comunidade da UFMG. “É fundamental que a comunidade universitária conheça o BH-TEC. Nós entendemos que o parque ainda não é amplamente percebido pela comunidade da UFMG, com todas as suas possibilidades, e queremos aprofundar essa relação. A existência do BH-TEC só tem sentido por meio dessa integração com a Universidade, para ajudá-la a cumprir a função social de transferir tecnologia e inovação para a sociedade”, defende.
Marco Crocco explica que o Parque Tecnológico não atua apenas para transformar o conhecimento produzido na UFMG em produtos e processos para o setor produtivo: ele é também um espaço para captar as demandas do setor produtivo e levá-las à academia, a fim de promover esse ambiente de tecnologia e inovação no estado de Minas Gerais. "Não tenho dúvidas de que a UFMG é essencial nesse processo. Vejo o parque como um instrumento de efetivação da política de inovação da Universidade”, afirma.
Tratamento de efluentes
Uma das empresas que participa da Vitrine BH-TEC é a Wetlands Construídos, criada em 2011. Empresa de engenharia de base tecnológica, a Wetlands iniciou seu processo de incubação na Inova-UFMG e, desde 2019, está instalada no Parque Tecnológico. Uma de suas principais frentes é o tratamento de efluentes sanitários e industriais. Ela implementa o projeto e atua em toda a sua cadeia, até a operação das estruturas, para prefeituras municipais e para diferentes setores da indústria. O gestor de projetos da Wetlands, Breno Cota, explica que esse é um campo ainda pouco explorado sob a ótica da inovação. “Buscamos direcionar o olhar para um problema básico, que é o saneamento, na perspectiva da inovação."
Segundo Breno Cota, as soluções desenvolvidas pela empresa — para gestão de lodos e para o tratamento de efluentes e de resíduos de mineração — adaptam para o cenário brasileiro uma tecnologia de uso livre desenvolvida na Alemanha que tem o diferencial da integração com a natureza. “Nós apresentamos uma solução baseada na própria natureza, que traz vantagens técnicas e econômicas. São soluções mais fáceis de se operar e promover, que se inserem na paisagem, transformando-se em um elemento arquitetônico e urbanístico que pode ser até mesmo visitado”, conta.
Outra vantagem destacada pelo gestor de projetos da Wetlands é o reaproveitamento de água, já que o volume tratado no sistema desenvolvido pela empresa pode ser reutilizado até mesmo para irrigar as plantas que compõem o paisagismo do entorno das estações de tratamento. Além disso, a solução também aproveita matéria orgânica, que pode ser utilizada como adubo, e ajuda a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa.
Arquiteto e urbanista, Breno Cota defende que o mercado de inovação deve se adaptar à realidade das comunidades em que as empresas se inserem, dialogando com áreas onde estão os problemas. "A gente busca um olhar de inovação que nem sempre vai se encaixar nas mesmas métricas que as empresas da área normalmente buscam. Esse é o nosso diferencial: o cuidado, o olhar para problemas básicos, que ainda não foram solucionados."
'Plataforma de relações' no ambiente escolar
Outro resultado do processo de inovação que será apresentado na Vitrine BH-TEC é o Upnote, aplicativo desenvolvido pela empresa de tecnologia da informação PrimeTS. Utilizada por escolas, a ferramenta tem, entre outras funções, a de controlar a entrada e saída de estudantes por meio de carteirinha digital que utiliza tecnologia de reconhecimento facial. A plataforma gera funcionalidades para escolas, professores e pais, facilitando a comunicação e o repasse de informações relativas aos estudantes.
O diretor de marketing da PrimeTS, Vinicius Pereira, explica que o aplicativo é uma “plataforma de relações”, que envolve docentes, estudantes, pais e professores. A aplicação possibilita o acesso a calendário escolar, agenda de eventos e atividades, assim como a informativos, e oferece ferramentas de gestão para as escolas. Além do mercado privado, oito prefeituras mineiras, entre as quais, as de Ipatinga e de Betim, utilizam o aplicativo em suas redes de ensino.
Na pandemia, o aplicativo passou a ser usado também para minimizar riscos sanitários e ampliar a capacidade de gestão. "Por meio desse protocolo de saúde, os pais informam a situação de saúde dos filhos para que a escola saiba se eles estão aptos a ir para a instituição ou não. Essa funcionalidade oferece segurança e tranquilidade para pais e outros alunos”, afirma Vinicius Pereira.
Arranjo institucional
O Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) é um agente de desenvolvimento e de conexões de negócios de base científico-tecnológica. Desenvolve estratégias e mecanismos inovadores em prestação de serviços em gestão, networking, acesso a financiamento e abriga empresas que se dedicam a investigar e produzir novas tecnologias e centros públicos e privados de pesquisa e desenvolvimento. Os sócios-fundadores do BH-TEC são a UFMG, o governo de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG).
O complexo de empresas de base tecnológica está instalado em terreno cedido pela UFMG nas imediações do campus Pampulha (Rua Professor José Vieira de Mendonça, 770, bairro Engenho Nogueira).