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Escola do Rio Doce prepara professores para lidar com questões do desastre de Mariana

Parceria da UFMG com a Ufop e a Fundação Renova tem seleções abertas para nova turma de curso de aperfeiçoamento e para financiar projeto pedagógico

Vista de Barra Longa, às margens do rio do Carmo, um dos municípios contemplado pela Escola do Rio Doce
Vista de Barra Longa, às margens do rio do Carmo, um dos municípios contemplados pela Escola do Rio Doce Foto: Bruno Correa | Nitro/Fundação Renova

Foram prorrogadas, até 28 de abril, as inscrições para a seleção de professores da rede pública para a segunda turma do curso de aperfeiçoamento oferecido pelo Programa Escola do Rio Doce, que contempla 36 municípios mineiros atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. São ofertadas 3,3 mil vagas para o curso, que terá início na última semana do mês de maio, em regime de formação em alternância (atividades virtuais, em tempos síncronos e assíncronos).

Os interessados devem preencher formulário eletrônico e anexar documentos pessoais, conforme orientações do edital. A carga horária, de 180 horas, inclui atividades de formação e de desenvolvimento de projetos em sala de aula.

A primeira turma, com 2.450 cursistas, acaba de se formar. Uma das participantes, Paula Pinal, professora de Geografia da Escola Municipal de Paracatu de Baixo, relata sua experiência, sob orientação de tutoria, que resultou em revisão bibliográfica e na realização de um projeto de cartografia intitulado Mapa dos sonhos.  

Professora de Geografia, Paula Pinal: cartografia dos sonhos 
Paula Pinal, professora de Geografia: "cartografia dos sonhos" Captura de tela

“Acompanhei um aluno de 12 anos que tinha quatro anos na época do rompimento da barragem. Trabalhamos juntos na tentativa de resgatar as lembranças, raízes e identidade de um lugar que ficou para trás e não pode ser resgatado. Com base nas memórias, traçamos um mapa de sonhos para o futuro, descrito por meio de desenhos, que ilustram a cartografia. E também trabalhei com a turma uma proposta de revitalização do solo. Os alunos cultivaram mudas de girassóis para serem plantadas na nova Paracatu”, relata a professora.

De acordo com a coordenadora do Programa Escola do Rio Doce, professora Maria Isabel Antunes Rocha, da Faculdade de Educação da UFMG, o objetivo é promover a qualificação dos professores e a construção de projetos pedagógicos baseados na tríade formada pela mineração, pelo rompimento e pelos desafios para a reconstrução dos modos de produzir e reproduzir a existência na região atingida pelo rompimento da Barragem de Fundão.

Além da atividade de aperfeiçoamento, o programa prevê curso de especialização e ações de extensão focalizadas nos planos municipais de educação e na construção de projeto pedagógico por microrregião e região.

Financiamento
Para os professores aprovados na primeira turma do curso de aperfeiçoamento, já estão abertas as inscrições visando ao financiamento dos seus planos pedagógicos experimentais. A proposta selecionada receberá R$ 1.500 para custear despesas com o aprimoramento do plano, que seguirá sugestões da banca de avaliação.

Para participar do processo seletivo, que também segue aberto até 28 de abril, os cursistas devem preencher formulário eletrônico e observar os critérios definidos no edital.   

A Escola do Rio Doce, inaugurada em maio de 2021, com previsão de atividades até 2026 e R$ 40 milhões de investimentos, é uma proposta originária de demanda da Câmara Técnica de Cultura, Lazer, Esporte e Turismo (CT-Eclet), órgão governamental responsável pela fiscalização e acompanhamento das ações da Fundação Renova. O programa une em parceria a UFMG, a Fundep, a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e a própria Fundação Renova.  

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Teresa Sanches