Geraldo Wilson é eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências
Professor do ICB pesquisa conservação da biodiversidade, restauração ambiental e mudanças globais
O professor Geraldo Wilson Fernandes, do Departamento de Biologia Geral, foi eleito nesta quarta-feira, 5, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
"O reconhecimento da ABC é o maior prêmio que um cientista brasileiro pode obter. Para mim, significa mais combustível para prosseguir na missão de descobrir e traduzir a ciência para a sociedade, na esperança de conduzir o Brasil a um futuro melhor", comentou Fernandes.
Na assembleia geral também foram eleitos outros membros titulares, membros correspondentes de universidades estrangeiras e afiliados em parte das regiões do país – os membros afiliados para as regiões Minas Gerais e Centro-Oeste e Nordeste e Espírito Santo ainda estão em processo de seleção. A posse será realizada em maio de 2019. A lista com os eleitos pode ser vista no site da ABC.
Diversidade
Ao divulgar o resultado da eleição, a ABC informou que neste ano mulheres correspondem a 33,33% dos novos membros titulares. E cientistas de fora do Sudeste ocuparam 28% das vagas para a categoria. Antes do novo ingresso, apenas 14,86% dos membros titulares eram mulheres e 25%, de fora da região Sudeste. “Avançamos, mas o caminho ainda é longo”, comenta a diretora da ABC Márcia Barbosa.
A acadêmica explica que, para além de uma necessidade democrática, a diversidade é um instrumento de eficiência. “Como pesquisadores, precisamos nos despir dos vieses sociais e tentar ativamente construir instituições mais diversas”, completa.
Trajetória
Geraldo Wilson Afonso Fernandes desenvolve pesquisas em conservação da biodiversidade, tumores em plantas, restauração ambiental e mudanças globais e já orientou centenas de estudantes de graduação e mais de uma centena de mestres e doutores no Brasil e no exterior.
Nasceu em Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Em 1983, ano em que concluiu bacharelado em Ciências Biológicas na UFMG, foi agraciado com o Prêmio Jovem Cientista por seu trabalho com tumores de plantas.
No mestrado em ecologia pela Northern Arizona University (EUA), evidenciou a diversidade de tumores em plantas nas regiões tropicais e temperadas. Em 1988, prestou concurso público para professor assistente na UFMG.
No doutorado em ecologia, concluído em 1992, na Northern Arizona University, mostrou pela primeira vez o papel do estresse ambiental na relação planta-tumor induzido por insetos. Também revelou a importância de mecanismos de defesa induzida das plantas contra o ataque de insetos indutores de tumores.
Em 2015 e 2016, fez pós-doutoramento na Stanford University, onde foi Tinker Professor. É autor de mais de 450 artigos em periódicos, mais de 60 capítulos de livros e editor de cinco livros internacionais e um nacional sobre o uso sustentável do Cerrado. Coordena a Rede ComCerrado, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e o Programa Brasileiro de Biodiversidade.