Humor desvela violência e provê liberdade, defendem autores em livro
Obra foi escrita por pesquisadores da UFMG e da França que participaram de colóquio em 2017
O humor é capaz de desvelar a violência institucional e aquela perpetrada por estratégias sociais, como códigos de pertencimento e exclusão. Ele é fruto de escolha, não é inocente, nem anódino. Por meio da surpresa, o humorista provoca a supressão de mecanismos de defesa, escrevem as professoras Myriam Bahia Lopes, da Escola de Arquitetura da UFMG, e Claudine Haroche, da École de Hautes Études em Sciences Sociales (França), no texto que abre o livro O humor contra a violência, recém-lançado pelo Núcleo de Estudos em História da Ciência e da Técnica (NEHCIT).
A obra reúne pesquisadores brasileiros e franceses que participaram do colóquio O humor contra a violência na cidade, realizado em outubro de 2017, na UFMG. Segundo as organizadoras, os artigos analisam o humor sobretudo como linguagem, o que possibilita indagar como articular a percepção, a memória e o corpo aos processos de produção e veiculação do humor.
“O humor dá visibilidade às violências que atravessam as relações. Diferentemente da linguagem formal, ele é flexível e abre a possibilidade de tomarmos distância da situação e refletirmos sobre ela, criando saídas, diluindo o ressentimento e evitando a cristalização da posição de vítima. Se a violência é uma relação, o humor é fonte de liberdade”, comenta Myriam Bahia Lopes.
O livro é tema de matéria publicada na edição 2.047 do Boletim UFMG.