Com foco na redução do tempo de espera da população na fila do Sistema Único de Saúde (SUS), um mutirão com 40 procedimentos, entre cirurgias ginecológicas, ultrassonografias e mamografias, foi realizado neste sábado, dia 29, no Hospital das Clínicas da UFMG. 

A iniciativa Ebserh em ação: mais especialistas é uma estratégia integrada entre a estatal responsável pela gestão de 45 hospitais universitários brasileiros e o Ministério da Saúde que busca agilizar o acesso do paciente a consultas e a exames especializados. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o vice-presidente da estatal, Daniel Beltrammi, conduziram a ação, que foi acompanhada pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida.

O ministro destacou que oferecer toda a estrutura dos hospitais universitários federais, por meio dessa parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação (via Ebserh), no turno noturno e aos sábados, será fundamental para reduzir o tempo de espera em todo o país. Esse esforço concentrado objetiva oferecer cirurgias eletivas, não apenas de urgência. “A gente só vai conseguir reduzir o tempo de espera com esse envolvimento direto da Ebserh, que tem muitos médicos especialistas, local de formação com muita qualidade e velocidade para contratação, aquisição de insumos e organização das salas cirúrgicas”, afirmou Padilha.

Mais assistência
Segundo o vice-presidente da Ebserh, o HC-UFMG vai contribuir com mais de 12 mil cirurgias ao longo do ano, 3,5 mil a mais do que já realiza anualmente. Os procedimentos do mutirão foram realizados na unidade de bloco cirúrgico. No local, Padilha e Beltrammi também acompanharam a simulação da equipe de cirurgia torácica para avaliar fluxos e a instalação de equipamentos como parte do protocolo da retomada do transplante de pulmão em Minas Gerais.

Entre todas as modalidades, o HC-UFMG realizou, no ano passado, mais de 260 transplantes. “A Ebserh e o Ministério da Saúde adquiriram, juntos, equipamentos muito complexos, como o ECMO [oxigenação por membrana extracorpórea]. Mais importante do que isso, há um componente humano, de preparo das equipes. E quando se pensa na cooperação e formação em rede, especialmente nos programas de residência, é muito importante contarmos com um centro forte como o HC disposto e pronto”, disse Beltrammi.

Em março, o Hospital das Clíicas deverá atender mais de 22 mil mulheres, seja em procedimentos, consultas ou exames. “A cada mês, esse número será ampliado para conseguirmos, ao longo do ano, aumentar em pelo menos 40% as nossas cirurgias e atividades de assistência”, declarou o superintendente do HC-UFMG, Alexandre Ferreira, que expôs, com dados de sua apresentação, a relevância do hospital na redução do tempo de espera por atendimento especializado.

A reitora Sandra Goulart Almeida ressaltou o papel da universidade e dos hospitais-escola nesse esforço de reduzir o tempo de espera na fila do SUS. “Esse trabalho que aqui vem sendo realizado tem um impacto enorme não apenas na assistência, que é sem dúvida alguma uma das nossas missões como hospital público, mas também para o ensino e a pesquisa. Queremos contribuir cada vez mais e temos feito, nos últimos anos, um movimento de atender todas as demandas do nosso estado, das nossas cidades e do nosso país”, ressaltou.

Telessaúde
Ainda como parte da visita, o ministro Padilha e o vice-presidente Beltrammi, da Ebserh, estiveram no Centro de Telessaúde para uma demonstração em tempo real de um atendimento de eletrocardiograma (ECG) com uso da inteligência artificial. Beltrammi destacou que a central de telessaúde baseada no HC-UFMG é a maior do sul global, alcançando mais de 40 milhões de pessoas em 1,4 mil municípios.

Padilha afirmou que essa tecnologia tem reduzido a necessidade de consultas presenciais e reforçou o total apoio à Ebserh e à UFMG para investimentos e desenvolvimento de inovação em Saúde. Mais de 10 milhões de ECG são ofertados de forma remota e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) a 14 estados brasileiros.

Ebserh em ação: mais especialistas é uma iniciativa da estatal com o apoio do Ministério da Saúde nos mesmos moldes do projeto ocorrido no fim do ano passado, quando realizou quase 28 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 100 mil exames visando reduzir o tempo de espera da população por procedimentos assistenciais no Sistema Único de Saúde (SUS). A edição atual está alinhada ao Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE) do Ministério da Saúde e tem como meta aumentar em 40% o número de atendimentos até dezembro.