Obras do projeto 'Arte aqui' ocupam espaços expositivos da EBA
Povos originários, feminismo e 'realidade em baixa resolução' inspiram alguns trabalhos
Até 5 de dezembro, as ações artísticas do projeto Arte aqui poderão ser apreciadas pelos frequentadores da Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG. As obras, que refletem a diversidade da produção da comunidade da unidade, ocupam os espaços artísticos convencionais e experimentais do prédio. A entrada é gratuita, e a classificação indicativa, livre.
Inspirada no pensamento de Ailton Krenak, que compreende várias narrativas de povos originários sobre a alteridade como forma comunitária de bem viver, a exposição O eterno retorno do encontro: da autoria entre estava a obra pode ser vista no corredor de entrada. A proposta é mostrar as relações de virulência traduzidas em diferentes formas de colonialidades, tão presentes nas estruturas e instituições de manutenção e legitimação de poder.
E eu não sou uma mulher? A provocação feita em um pôster da abolicionista norte-americana Sojourner Truth é a inspiração do trabalho Os lambes feministas, exposto no Cubo Gráfico, localizado próximo à entrada que une o prédio principal e o teatro. A série é composta de dois poemas autorais, um discurso da ativista abolicionista, ilustrações gráficas e elementos que complementam os pôsteres de tamanho A3. É um trabalho gráfico que questiona o existencialismo feminino de modo sutil.
Em baixa resolução
A Galeria da EBA abriga duas mostras. O aluno Cavi Brandão expõe Em noite de apagão: reprogramar em baixa resolução, que reúne obras que exploram a ideia de baixa resolução e do glitch. Utilizando geometrismos e cores saturadas, que evocam a luminosidade das telas de um monitor, o artista captura a estética de uma imagem corrompida e pixelada. Em meio à linearidade dos pixels, as pinturas se formam com linhas tortas e ruídos acumulados durante o processo, resultado de acasos e gestualidades que se opõem a um pensamento totalmente programado. No mesmo espaço, o artista João Chinchilla expõe Autorretratos, a construção do desconforto.
Mais informações sobre as obras e a chamada do projeto Arte aqui podem ser encontradas no perfil do Centro de Extensão da Escola de Belas Artes no Instagram.