Escassez de órgãos desafia programa de transplantes, diz professora da Medicina
Em palestra, Maria da Consolação Vieira lembrou que em Minas 27% das doações não são efetuadas por falta de autorização dos parentes
A realização de transplantes de órgãos no Brasil foi tema de palestra na manhã desta quinta-feira, 8, no 12º Festival de Verão da UFMG. A professora da Faculdade de Medicina Maria da Consolação Vieira apresentou os números relativos a Minas Gerais e falou sobre os principais desafios enfrentados pelo programa de transplantes.
O país tem 35 mil pessoas na lista de espera por um órgão, das quais 3,1 mil estão em Minas Gerais. A maior demanda é por transplante de rins. O país oscila entre o segundo e o terceiro lugares em número de transplantes renais, com 21 mil pacientes na fila.
“O Brasil tem um programa de transplantes muito importante, e mais de 90% dele é financiado pelo SUS”, destacou a professora.
No entanto, a escassez de órgãos ainda é uma das principais limitações, já que a legislação brasileira exige que a família autorize a doação, mesmo que o doador tenha registrado sua intenção no documento de identidade.
Maria da Consolação Vieira ressaltou a importância da comunicação desse desejo ser feita aos familiares – em Minas, 27% das doações não são efetuadas porque os parentes não autorizam. “Doar um órgão é um dos maiores gestos de solidariedade do ser humano”, defendeu a professora. Ela lembrou que um só doador pode salvar até oito vidas.
Ouça a reportagem de Larissa Arantes, que foi ao ar no Jornal UFMG, da Rádio UFMG Educativa: