Pesquisador da UFMG cria tecnologia de tratamento de esgoto para comunidades amazônicas
Apenas 16,2% dos municípios da região Norte contam com serviço de esgotamento sanitário, segundo o IBGE
Cerca de 39,7% dos municípios brasileiros não contam com serviço de esgotamento sanitário, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada em 2020 pelo IBGE. A situação é ainda mais grave na região Norte do país, onde apenas 16,2% das cidades possuem esgotamento sanitário. Um projeto desenvolvido por João Paulo Borges, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos na UFMG e pesquisador do Instituto Mamirauá, tenta solucionar esse problema em duas comunidades ribeirinhas na Região Amazônica.
O projeto, chamado Fossa Alta Comunitária, contempla a instalação de sanitário e três unidades de tratamento de esgoto. Todas as estruturas são compartilhadas pelas comunidades. A tecnologia é destinada a comunidades situadas nas chamadas planícies alagáveis, também conhecidas como várzeas. Essas regiões convivem, durante quatro a cinco meses do ano, com a cheia dos rios. Entre 2019 e 2020, foram construídas as fossas altas na comunidade de Santa Maria, no município de Tefé, no Amazonas, e na comunidade de São Raimundo do Jarauá, no município de Uarini, também no Amazonas. Cerca de 150 pessoas foram beneficiadas.
O projeto foi certificado em 2021 pelo Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social e é uma realização do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, organização social fomentada e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, em parceria com a UFMG. A Universidade participou do processo de desenvolvimento tecnológico e do acompanhamento do projeto, por meio do professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental Marcos von Sperling, que orienta João Paulo Borges no doutorado.
Ouça a reportagem de Alicianne Gonçalves.