Políticas públicas podem incentivar adoção de linguagem não sexista
Pesquisa da Fale integra projeto de investigação sobre o uso de nomes para seres humanos
Reza a gramática tradicional que, quando é preciso fazer referência a homens e mulheres, ao mesmo tempo, devem-se usar nomes flexionados em suas formas masculinas. Já há algum tempo, porém, é fácil perceber, em diversos ambientes, movimento que visa à mudança dessa prática, considerada sexista. O uso dos chamados nomes gerais – pessoa, gente, indivíduo, sujeito, entre outros – é a principal estratégia para a construção de uma língua inclusiva, quando se trata de gênero.
Pesquisa realizada no âmbito da pós-graduação em Estudos Linguísticos, da Faculdade de Letras, mostra que políticas públicas podem ter efeito concreto na direção da mudança. Motivado pela publicação, em 2014, pelo governo do Rio Grande do Sul, do Manual para o uso não sexista da linguagem: o que bem se diz bem se entende, o pesquisador Marcos Paulo Santos constatou uso de linguagem menos sexista nos pronunciamentos dos parlamentares da Assembleia Legislativa gaúcha. Para efeito de comparação, Marcos Paulo, que se tornou mestre em fevereiro deste ano, também analisou os discursos dos deputados e deputadas estaduais de Minas Gerais.
A utilização de nomes gerais e de outras estratégias para a construção de uma língua inclusiva foi tema de reportagem publicada na edição 2.050 do Boletim UFMG.