Professor da EBA debate centralidade de BH nas discussões sobre abstracionismo na arte
O professor da Escola de Belas Artes da UFMG, Rodrigo Vivas, realizará nesta quinta-feira, 27, às 19h, palestra sobre seu o livro Abstrações em movimento: concretismo, neoconcretismo e tachismo. O segundo livro do autor é dedicado ao estudo das obras artísticas pertencentes aos museus públicos localizados na capital mineira. Aberto ao público, o evento será realizado no Centro Cultural UFMG.
Vivas analisou 26 obras de artistas como Candido Portinari, Wega Nery, Takashi Fukushima, Yo Yoshitome, Ado Malagoli, Antonio Maia, Jarbas Juarez, Amilcar de Castro e Terezinha Soares.
A partir desta pesquisa, ele encontrou uma das primeiras discussões organizadas sobre arte abstrata no Brasil, na pouco estudada Semana de Arte Moderna de 1944, ocorrida em Belo Horizonte. A historiografia oficial costuma referendar esse debate apenas no fim da década de 1940, em São Paulo, desconsiderando a representatividade do evento de Belo Horizonte.
O livro integra o projeto Memória das Artes Visuais em Belo Horizonte, que visa analisar obras artísticas pertencentes às coleções dos museus Histórico Abílio Barreto, Mineiro e de Arte da Pampulha. O expressivo número de obras artísticas pertencentes a essas coleções, que não estão abertas ao público em exposições de longa duração, foi o principal desafio enfrentado pelo autor para desenvolver sua análise.
Em seu primeiro livro, Por uma história da arte em Belo Horizonte: artistas, exposições e salões de arte, lançado em 2012, pela ComArte, o historiador da arte analisou 46 obras.
A partir da verticalização dos estudos, Rodrigo Vivas percebeu um predomínio na premiação de obras abstratas nos Salões de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte. Esse aspecto também foi observado na Bienal Internacional de São Paulo, o que serviu para contrariar a visão de certo "atraso" das artes visuais produzidas em Minas Gerais em relação ao eixo Rio/São Paulo.