Pesquisa e Inovação

Guilherme de Castro, da Medicina, integra equipe que fez cirurgia pioneira em Angola

Angioplastia em acesso para hemodiálise foi realizada pela primeira vez no país para salvar uma fístula, conexão realizada entre a artéria e a veia do paciente

À esquerda, no primeiro plano, Guilherme de Castro, em meio aos demais integrantes da equipe médica
À esquerda, no primeiro plano, Guilherme de Castro, em meio aos demais integrantes da equipe médica Foto: Arquivo pessoal

O professor Guilherme de Castro, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, integrou a equipe que fez a primeira intervenção endovascular do acesso para hemodiálise da história de Angola. A angioplastia, realizada no último dia 20, teve o objetivo de salvar uma fístula — conexão realizada cirurgicamente entre a artéria e a veia do paciente para aumentar o calibre e a espessura da veia.

O procedimento ocorreu no Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda. Além de Guilherme de Castro, compuseram a equipe o professor da UFRJ Márcio Filippo e os cirurgiões vasculares Altino Matias e Henrique Ramalho, de Angola. 

Alta demanda
De acordo com o professor da UFMG, há no Brasil, atualmente, mais de 160 mil pacientes em hemodiálise, que precisam de um acesso para a consecução desse procedimento. O acesso pode ser feito por meio de cateter ou prótese, ou utilizando uma fístula. As fístulas apresentam disfunções que são tratadas com procedimentos endovasculares, sem cortes, utilizando dilatação com cateteres ou stents.

“A insuficiência renal crônica é uma doença que tem aumentado a cada ano. O número de pacientes em hemodiálise cresce exponencialmente. Cerca de 10% da população têm algum grau de insuficiência”, informa Guilherme de Castro.
  
A maior durabilidade é, segundo o médico, um dos atributos que fazem da fístula o acesso de escolha para a maioria dos pacientes. "Essa alternativa apresenta menos intercorrências e menor risco de infecção. Ainda assim, é comum que sejam necessários procedimentos para que as fístulas continuem funcionando”, pondera o professor.

Serviço de excelência
Em novembro de 2023, o serviço de cirurgia vascular do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG foi premiado em segundo lugar pelo seu trabalho sobre acessos para hemodiálise durante o J. Leonel Villavicencio Latin-american Program at Veith symposium, o maior congresso de cirurgia vascular do mundo. 

Liderada pelo professor Túlio Navarro, a equipe de cirurgia vascular do HC tem mais de 1.000 citações em artigos científicos e 150 artigos publicados.

Com Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina