UFMG e Nova Lima planejam criar centro de apoio a pessoas com autismo
Dirigentes da Universidade e do município se reuniram na sexta-feira, dia 12, para discutir detalhes da parceria
A UFMG e a Prefeitura de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, planejam firmar uma parceria para criação do Centro Integrado de Reabilitação e Estimulação do Neurodesenvolvimento para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e/ou com Deficiências Intelectuais. O projeto deverá tirar do papel uma lei sancionada em agosto passado pelo prefeito João Marcelo Dieguez Pereira.
Detalhes da cooperação foram discutidos em encontro realizado na sexta-feira, dia 12, que reuniu a pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, o vice-diretor da Fafich, Rogério do Pateo, o prefeito João Marcelo Pereira, os secretários municipais de Educação e Saúde, Pedro Dornas e Alice Neto de Almeida, respectivamente, além de integrantes da Rede de Apoio de Mães Atípicas de Nova Lima (Rama) e dos professores Érika Lourenço e André Luiz Freitas Dias, ambos do Departamento de Psicologia da UFMG, que é chefiado pelo último.
Caso o acordo seja formalizado, a Universidade ficará responsável pela elaboração da proposta de criação e funcionamento do novo centro, que pretende ser referência na oferta de serviços especializados e multiprofissionais de saúde para pessoas com TEA e deficiência intelectual.
Os trabalhos já vêm mobilizando, desde novembro do ano passado, professores e alunos das áreas de psicologia, medicina, musicoterapia, enfermagem, educação física, nutrição e fonoaudiologia, entre outras, no âmbito do programa de extensão Observatório de teorias e práticas em educação especial e educação inclusiva.
A professora Érika Lourenço, coordenadora do programa de extensão, explica que a proposta vai dimensionar os serviços ofertados, a integração com o SUS e as demandas por espaço físico, equipamentos, mobiliário e profissionais multidisciplinares. “Esse levantamento será essencial para o município estimar custos e viabilizar o centro integrado de reabilitação e estimulação”, afirma a docente. Segundo ela, “a ideia é estruturar uma instituição diferenciada e de ponta no que se refere ao atendimento a essas pessoas”. Além disso, o centro poderá servir de campo de formação profissional de estudantes de graduação e de pós-graduação e de atuação de projetos de extensão.
O Observatório
Executado desde 2022, em parceria com a Prefeitura de Nova Lima, o programa Observatório de teorias e práticas em educação especial e educação inclusiva desenvolve outras ações em conjunto com o município, como minicursos para professores, análise de projetos pedagógicos de escolas, avaliação de políticas públicas, oferta de disciplina sobre TEA na Formação Transversal em Acessibilidade e Inclusão e plataforma digital de formação docente.
Segundo a pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, esse trabalho tem sido exitoso e vai ao encontro do processo de interiorização da extensão da Universidade. “Estar mais próximo dos municípios é fundamental para que a UFMG cumpra sua função de estreitar a relação com outros setores da sociedade, fortalecer as políticas públicas e gerar impacto na formação dos nossos estudantes”, destaca a pró-reitora.
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