A UFMG deverá firmar em 2024 convênios de intercâmbio acadêmico e cooperação científica com universidades da China, Hong Kong e Turquia e organizará, em conjunto com a embaixada brasileira na China, uma agenda de eventos para celebrar os 50 anos da retomada das relações diplomáticas do Brasil com o país asiático. Esses são alguns resultados da visita que a reitora Sandra Regina Goulart Almeida e o diretor de Relações Internacionais, Aziz Saliba, fizeram à China e a Hong Kong no período de 8 a 14 dezembro.

Sandra Goulart faz um balanço positivo do périplo pela Ásia. “Ao longo da semana, pudemos construir, fortalecer e renovar relações com diversas lideranças globais, tendo em vista o desenvolvimento científico, tecnológico e social da UFMG e da sociedade brasileira por meio da pesquisa, da extensão, da inovação, do empreendedorismo e de colaborações”, avaliou a reitora.

Durante o Fórum de Presidentes de Universidades, realizado na The Chinese University of Hong Kong, a reitora participou de painel sobre o papel das parcerias externas na ampliação do impacto da pesquisa e da educação. “Abordei a importância de uma sintonia fina entre universidades e sociedades locais de modo que as constantes transformações de ambas se deem em consonância relacional e para benefício mútuo”, resumiu. Ainda em Hong Kong, Sandra Goulart se reuniu com dirigentes da South China University of Technology (China) e da Koc University (Turquia). As duas instituições pretendem firmar parcerias com a UFMG em 2024.

Encontro com estudantes
Também na The Chinese University of Hong Kong, só que na sede de Shenzhen, a quinta cidade mais populosa da China, na fronteira com Hong Kong, Sandra Goulart e Aziz Saliba participaram da Cúpula Mundial de Liderança Universitária. A reitora falou no painel que tratava do fortalecimento das colaborações entre universidades da grande baía chinesa e instituições globais. Durante sua passagem por Shenzhen, os dirigentes se encontraram, ainda, com quatro estudantes da UFMG que fazem intercâmbio na universidade chinesa. “Eles estão muito satisfeitos com a qualidade do ensino da universidade. E Shenzhen, que há 40 anos era uma vila de pescadores, é dona hoje de um PIB superior ao de qualquer estado brasileiro, com exceção de São Paulo”, relatou Aziz.

Ainda na China, Sandra e Aziz estiveram na Universidade Renmin (RUC), uma das melhores do país. O objetivo foi dar continuidade às parcerias firmadas em 2018 e que se solidificaram em 2021 com a Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas, Meio Ambiente e Desenvolvimento na China e no Brasil. Em Renmin, a reitora da UFMG foi recebida pelo presidente da universidade, Lin ShangLi. Durante o encontro, foram estabelecidos parâmetros para o intercâmbio de delegações científicas nas áreas de biodiversidade, florestas, alimentos, governança e revitalização rural. A Universidade Renmin e a própria The Chinese University of Hong Kong são filiadas à World University Network (WUN), que é presidida pela reitora da UFMG.

Retomada
Os 50 anos de retomada das relações diplomáticas entre Brasil e China serão celebrados com uma agenda de palestras e seminários que deverão ser realizados na UFMG, em 2024. A definição saiu de um encontro em Pequim entre a reitora Sandra Goulart e o embaixador brasileiro na China, Marcos Bezerra Abbott. 

As relações entre Brasil e China foram interrompidas em 1949, quando Mao Tsé-Tung assumiu o poder como líder da revolução chinesa. Seu restabelecimento veio apenas em 1974, durante o governo de Ernesto Geisel. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. No primeiro semestre deste ano, o país asiático foi o destino de 23% das exportações brasileiras.