7 de julho: em live, escritor português João Bernardo discute o fascismo em suas facetas 'conhecida' e 'inesperada'
O Grupo de Pesquisa-Ação sobre Universidade e Educação Superior (Universitátis-UFMG/CNPq) promove, no dia 7 de julho, às 14h, a live Fascismo: o conhecido e o inesperado, com o escritor português João Bernardo. Para participar do evento, é necessário se inscrever por meio de formulário eletrônico e cadastrar o e-mail pelo qual será enviado o link da transmissão.
A proposta dos organizadores é estimular e fomentar discussões sobre a temática do facismo, que, segundo João Bernardo, em seu livro Labirintos do fascismo, não tem uma linhagem própria, a exemplo de outras grandes correntes políticas. "Ele surge de cada vez, numa forma em boa medida diferente, sem precisar reivindicar genealogias. Além disso, o fascismo não ocupa um lugar no leque político habitual, que vai da extrema-direita à extrema-esquerda. O fascismo resulta de um cruzamento entre algumas reivindicações sociais formuladas na esquerda e o nacionalismo característico da direita.”
O escritor acrescenta: “Agora, na época da globalização, os identitarismos são a forma atualizada dos nacionalismos. Por isso, o fascismo é dinâmico, plástico e multiforme. E as derrotas não impedem que surja de novo, porque o fascismo considera o veredicto da história como um triunfo das massas, portanto, da democracia plebeia, e a derrota como um enobrecimento da elite.”
As inscrições podem ser feitas até o dia do evento, 7 de julho, às 10h. A participação valerá certificado.
Trajetória
João Bernardo nasceu em Porto, Portugal, em 1946. Começou a estudar História na Universidade de Lisboa, mas foi expulso por seu posicionamento político. Perseguido por sua filiação ao Partido Comunista Português, viveu exilado em Paris de 1968 a 1974, e lá se aproximou do marxismo. Em 1984, incorporou uma visão crítica do capitalismo e da experiência comunista soviética, que qualifica de "capitalismo de Estado”. É doutor pela Unicamp.
Entre suas obras, editadas além do eixo Brasil-Portugal, destacam-se Marx crítico de Marx, Poder e dinheiro, Capital, sindicatos e gestores e Economia dos conflitos sociais.
