O Ars Nova – Coral da UFMG volta aos "palcos", após mais de dois anos de afastamento, com a apresentação Restauração: O nosso canto é de fé, pacificação e cura. Serão duas sessões: a primeira, na Igreja de Boa Viagem, dia 11 de maio de 2022, às 19h30, e a segunda, no dia 12, às 20h30, no pátio aberto do Conservatório UFMG. A entrada é gratuita, e o uso de máscara é exigido.

Algumas das obras do repertório já foram apresentadas pelo coro em ocasiões anteriores, como os cinco movimentos de Five negro spirituals, de Michael Tippett, e Ave Maria, de Heitor Villa-Lobos. História di Jephte, de Giacomo Carissimi, por sua vez, nunca entrou na lista de partituras do coro. A obra do compositor italiano, tema principal da apresentação, é um dos primeiros oratórios da história da música e considerada uma das peças mais relevantes do Barroco.

Classificado como um gênero dramático que usa recursos da ópera — com exceção dos cenários e figurinos —, os oratórios exploram a performance de solistas, o acompanhamento de instrumentos e a ação do coro como comentarista. O maestro Lincoln Andrade, responsável pela seleção do repertório e pela regência do concerto, afirma que, assim como o oratório de Jephte, baseado no Antigo Testamento, todas as demais obras do repertório tratam de guerra e desarmonia. Segundo o regente, as composições selecionadas também oferecem alternativa a favor da pacificação e da cura. Também serão executadas as peças Kyrie Eleison e Glória, orações da liturgia cristã escritas pelo compositor britânico Giles Swayne.

Retomada gradual e consciente
Após cerca de dois anos em atividade remota, o Ars Nova volta a se apresentar publicamente nos espaços físicos. Desde o início da pandemia, o coro manteve o ritmo de trabalho com miniconcertos e coros virtuais, que uniam as gravações individuais dos coristas por meio da edição de vídeo. Foram publicadas 15 apresentações, com repertórios de sonoridades, temáticas e épocas diversificadas.

O maestro ressalta o planejamento por trás deste período de retorno: "Tudo foi feito com muito cuidado, os ensaios foram realizados com o uso de máscara, álcool e distanciamento entre os coristas. Nos primeiros ensaios, tivemos no máximo nove pessoas ocupando a sala, e isso só foi possível devido à seleção de um repertório que possibilitou a reunião dos naipes vocais de forma separada e revezada. A gente sabe que a restauração é lenta, e estamos em retorno há apenas dois meses, mas esperamos que o público entenda que as coisas vão se reconstruindo de pouco em pouco", reforça.

Outras informações estão no site do Ars Nova e em seu perfil no Instagram.