A exposição Desenvolvimento, que reúne obras produzidas por integrantes do Atelier de Escultura da UFMG, promove uma reflexão sobre as culturas da contemporaneidade. As peças, de autoria de 16 alunos da Escola de Belas Artes (EBA), podem ser vistas na Biblioteca Central até 15 de setembro de 2022, das 7h30 às 20h, de segunda a sexta-feira.

A mostra, que tem curadoria da artista Capra Maia e coordenação do professor Fabrício Fernandino, do Departamento de Artes Plásticas, é caracterizada pela originalidade e diversidade de materiais e abordagens, que retratam as vivências da contemporaneidade de seus autores.

Miniaturas e cultura midiática
Wladimir Pierre de Paula Silva, por exemplo, reconstrói um minibar, cujo interior reúne objetos em miniaturas, como estufa com coxinhas e prateleiras com garrafas. Joana Peixoto, por sua vez, retrata figuras femininas, em pequena escala, enredadas em tecido de filó, que simbolizam "uma espécie de ascensão".

Acima dessas peças, aparece o morcego de Isabella Gomes Pereira, que paira sobre o espaço como em algumas cenas da cultura midiática, também representadas na ciranda de pequenos homens em metal, obra de Theodora Moreira Lima.

Outro olhar
O professor Fabrício Fernandino diz que a geração desses artistas tem outro olhar sobre o mundo. "Seu conhecimento perpassa o universo dos games, o universo fílmico, a cultura de internet, uma cultura da velocidade, da rapidez do processo", afirma.

Segundo ele, os professores têm o desafio de apresentar aos alunos um conhecimento conceitual por meio da história, da filosofia, ao mesmo tempo que se adaptam aos novos tempos e entendem como outras gerações percebem o mundo. "A arte tem essa dinâmica: é uma resposta do artista ao seu tempo, uma busca de entendimento desse próprio tempo".

Laboratório de artes
A exposição integra o projeto Desenvolvimento, que leva ao público, semestralmente, a produção artística de alunos de escultura da UFMG. Criado em 2008, com a curadoria de Fernandino, o programa funciona como espécie de laboratório, que complementa o ensino em arte.

Na fase inicial do projeto, as exposições foram realizadas nas galerias da Escola de Belas Artes e Aretuza Moura, do Centro Cultural UFMG. A iniciativa é uma oportunidade para o grupo de artistas avaliar, de forma crítica, as esculturas expostas, em que são consideradas desde a questão formal até a composição da obra com o espaço ao redor.