A madeira é matéria-prima da intervenção artística Luz, aberta à visitação no Centro Cultural UFMG. A obra de Conceição Perrout, aluna da graduação em Artes Visuais, relaciona a vida e a memória, por meio de uma videira. O objeto exposto é parte do tronco dessa árvore, que existia na casa onde a artista cresceu e fez parte de sua história pessoal por mais de 20 anos. 

A arte expressa a visão da autora acerca da relação entre a natureza e a vida nos diferentes estágios da planta: a semente, o tronco, os ramos e a uva. “O significado simbólico que eu vejo nessa planta tem a ver com o desenvolvimento dela e a forma como era cuidada por meu pai. Além disso, a árvore foi berço para a construção de ninhos de diversos pássaros”, conta Conceição.

Luz permanecerá no Espaço Expositivo Vão da Escada até 15 de novembro. A entrada é gratuita e aberta ao público geral, com classificação etária livre, e não é necessário agendamento prévio. 

No ritmo do coração
Vida e movimento são conceitos propostos pelo objeto e também pelo sistema de iluminação que compõe a obra. Um sensor de presença aciona as luzes de led azuis, que piscam em ritmo semelhante ao dos batimentos cardíacos. À medida que o espectador se aproxima, o ritmo se torna mais intenso. Para Conceição, “a luz da obra pulsa como um coração vivo”. Ela criou o sistema de iluminação com apoio do filho, o engenheiro eletrônico André Perrout Cerqueira. 

A exposição integra o projeto Escultura no centro, do Centro Cultural, que destaca os trabalhos tridimensionais desenvolvidos por graduandos e pós-graduandos do curso de Artes Visuais, habilitação em Escultura, da Escola de Belas Artes. A curadoria é do professor Fabrício Fernandino, do Departamento de Artes Plásticas, que dirige o Centro Cultural. 

Trajetória
Conceição Perrout iniciou sua trajetória profissional nos campos da educação e da psicologia, nos quais sempre aplicou a arte como recurso em diferentes processos. A artista pesquisa os modos de expressar opiniões referentes às memórias afetivas por meio da relação entre adultos e crianças e da curiosidade que sempre nutriu pela natureza, por seus elementos e sua preservação.