'Mulheres na ciência' reúne especialistas para debater violência contra a mulher em diferentes perspectivas
A próxima edição do projeto Mulheres na ciência, vai discutir, na sexta, 21 de outubro de 2022, a violência contra a mulher. A roda de conversa vai reunir as pesquisadoras Deborah Malta, Ludmila Ribeiro, Juliana Maggi Lima e Lettycia Vidal. A mediação será feita por Luana Aquino.
O evento, gratuito, será transmitido pelos canais da Fundep e do State Innovation Center no Youtube. Para participar, é necessário fazer inscrição na plataforma Sympla até o dia da live.
"A discussão é importante porque trata da violência que muitas vezes passa despercebida em nosso cotidiano, como os assédios morais, as piadas machistas, os comentários sobre a aparência feminina e também a desvalorização das mulheres que ocupam cargos de chefia", explica a professora Ludmila Ribeiro, pesquisadora no Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG.
Entre os 17 objetivos globais da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, foram incluídas metas para o alcance da igualdade de gênero e ampliação do apoio a mulheres e meninas. As estatísticas mostram como essas metas desafiam o Brasil. Segundo a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, apenas no primeiro semestre de 2022, foram registradas 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulheres.
Dados levantados pela professora Escola de Enfermagem da UFMG Deborah Malta e seus orientandos revelam que, no país, 41% das mulheres sofreram violência psicológica, e mais de 27% sofreram violência física do parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida. A pesquisa teve como amostra representativa a cidade de São Paulo e 15 municípios da Zona da Mata de Pernambuco.
"A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 mostrou que 19,3% das mulheres sofreram algum tipo de violência. Portanto, combater a violência contra a mulher é um dever do Estado", avalia Deborah Malta. "Temos que proteger meninas e mulheres e avançar nesse sentido", acrescenta.
Trajetórias
Deborah Malta é médica, professora da Escola de Enfermagem da UFMG e pesquisadora na Universidade e da Fapemig. Ela fez pós-doutorado em avaliação em saúde e é doutora em Saúde Coletiva. Compõe o comitê científico do Global Burden of Disease (GBD) em Seattle (EUA), coordena o Grupo de Pesquisa do GBD Brasil e o Observatório de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Pesquisa o tema das violências contra mulheres, com apoio da Fundação Gates. Foi diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde por 12 anos.
Juliana Maggi Lima é bacharel em Direito pela PUC-SP e mestre em Direito Civil pela USP. Também é especialista em Direito da Família pelo Centro de Direito da Família da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em Portugal. Atualmente, integra a Comissão Permanente da Mulher Advogada da OAB-SP, a Primeira Turma Julgadora do Conselho de Prerrogativas da OAB-SP, a Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB-SP e é orientadora sênior do Centro de Assistência Judiciária Saracura (Caju) da FGV.
Lettycia Vidal é publicitária, doula e educadora perinatal. Tem experiência nos mercados de marketing digital e de saúde materno-infantil. Fundou a Gestar, plataforma que atua no combate à violência obstétrica, após um período de dor que sua família vivenciou quando sua mãe sofreu violência no parto de seu irmão mais novo. Desde então, esse passou a ser seu tema de estudo.
Ludmila Ribeiro é professora do Departamento de Sociologia e pesquisadora no Crisp/UFMG. Tem doutorado em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), mestrado e graduação em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro e é graduada em Direito pela UFMG. Foi pesquisadora visitante na University of Florida e na Texas State University, nos Estados Unidos, e na University of Groningen, nos Países Baixos. É editora da Revista de Estudos Empíricos em Direito, assistente na editoria da Revista Brasileira de Segurança Pública e bolsista de produtividade nível PQ2 do CNPq.
A mediadora Luana Aquino é a responsável pelo núcleo de comunicação do State Innovation Center. É comunicadora, empreendedora social e cultural e também tem experiência profissional como jornalista, com passagens pelos setores de TI e telecomunicações, jornalismo esportivo, webjornalismo, TV, marketing, branding e relações públicas.
Os encontros do projeto Mulheres na ciência são promovidos pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) e pelo State Innovation Center, hub de inovação localizado em São Paulo. O Biotechtown, hub de inovação dedicado exclusivamente ao desenvolvimento de empresas, produtos e negócios nas áreas de biotecnologia e ciências da vida, é parceiro da iniciativa.